Um novo estudo internacional desafiou as concepções tradicionais sobre os sonhos e o sono REM. Liderado por pesquisadores da Universidade de Monash, na Austrália, o projeto analisou mais de 2.600 registros cerebrais de participantes em 13 países, mostrando que diferentes fases do sono podem gerar sonhos vívidos e revelando como fatores culturais influenciam a experiência onírica. O estudo foi apelidado como “Estudo DREAM”, liderado por Bernardi.
O sono NREM gera sonhos vívidos
Pesquisas recentes mostraram que a fase NREM também é capaz de produzir sonhos detalhados. Essa descoberta desafia a ideia de exclusividade da fase REM para sonhos vívidos, revelando uma complexidade maior nos mecanismos cerebrais do sonhar.
A intensidade e o conteúdo dos sonhos durante o sono NREM variaram conforme o estágio e profundidade do sono, o que contribui para a revisão de teorias sobre a consciência durante o sono.
Como ocorre a consciência parcial no sono NREM
Durante o sono NREM, foram observados padrões elétricos cerebrais próximos aos de pessoas acordadas. Esse resultado sugere um estado intermediário de “consciência parcial” entre a vigília e o sono profundo.
Tais evidências são importantes para explicar fenômenos como sonhos lúcidos e experiências de quase-despertar, ampliando a compreensão sobre a relação entre sono e consciência.

O que destaca a base de dados DREAM para a neurociência
A pesquisa utilizou uma colaboração internacional robusta, permitindo comparar registros de sono em vários contextos culturais. Isso reduz possíveis vieses e aprofunda a análise das influências sociais na natureza dos sonhos.
Entre os principais diferenciais e importâncias da base de dados DREAM, destacam-se:
- Registros de sono de 13 países e contextos variados
- Estudos integrados em diferentes populações, revelando influências culturais nos sonhos
- Algoritmos de inteligência artificial para prever e analisar a atividade onírica
Leia também: O que significa sonhar que está casando?
Descobertas promovem avanços no diagnóstico de distúrbios do sono
Os algoritmos permitiram identificar sonhos sem depender apenas do relato subjetivo, inovando na medicina do sono. Isso pode facilitar o diagnóstico mais preciso de insônia, sonambulismo e distúrbios comportamentais do sono REM.
O acesso aberto aos dados do DREAM incentiva novas pesquisas, fortalecendo a compreensão sobre a atividade cerebral durante o sono e o papel dos sonhos na saúde mental.








