As mudanças climáticas estão tornando as ondas de calor mais frequentes e intensas. Esse aumento da temperatura não é apenas desconfortável; é um risco direto à saúde pública, elevando as taxas de mortalidade associadas ao calor extremo.
Como o aquecimento global se traduz em mais mortes?
O aquecimento global eleva a temperatura média do planeta, o que aumenta drasticamente a frequência, a duração e a intensidade das ondas de calor. Para o corpo humano, isso significa menos tempo para se recuperar do estresse térmico.
Não se trata apenas de “insolação”. O calor excessivo atua como um gatilho que agrava doenças crônicas pré-existentes. A maioria das “mortes por calor” é, na verdade, uma falha cardiovascular ou respiratória que foi acelerada pela incapacidade do corpo de se resfriar.

O que exatamente o calor extremo faz ao corpo humano?
O corpo humano luta para manter sua temperatura interna estável (cerca de 37°C), principalmente através do suor. Quando o calor externo é extremo, especialmente com alta umidade, o suor não evapora e esse sistema de refrigeração falha.
Isso coloca uma pressão imensa sobre o sistema cardiovascular; o coração precisa bombear sangue muito mais rápido para a pele na tentativa de dissipar o calor. Se a temperatura corporal interna ultrapassa os 40°C (insolação), os órgãos vitais começam a falhar, levando rapidamente à morte se não for tratado como uma emergência médica (OMS).
@portaldrauziovarella O que fazer quando a sensação térmica é de estar igual um frango dentro da air fryer? 🥵🌡 #sensacaotermica #calor #drauziovarella ♬ som original – Portal Drauzio
Leia também: Esse hábito simples e rápido faz você se livrar do estresse e relaxar seus músculos
Quem são as populações mais vulneráveis a esse risco?
A vulnerabilidade ao calor não é distribuída igualmente; certos grupos têm muito mais dificuldade em regular a temperatura corporal e correm um risco de vida significativamente maior durante as ondas de calor.
Os grupos de maior risco incluem:
- Idosos (65+): Possuem uma capacidade reduzida de termorregulação e menor percepção de sede.
- Crianças pequenas: A área de superfície corporal (em relação ao peso) faz com que absorvam calor mais rapidamente.
- Pessoas com doenças crônicas: Especialmente doenças cardíacas, renais, respiratórias (DPOC) e diabetes.
- Trabalhadores externos: Indivíduos que realizam esforço físico expostos ao sol (ex: construção civil, agricultura).
Leia também: Exercícios simples para fortalecer os bíceps em casa sem aparelhos
Quais são os sinais de alerta da exaustão pelo calor?
Saber diferenciar a exaustão pelo calor (um alerta grave) da insolação (uma emergência fatal) é crucial. A exaustão é o sinal de que o corpo está perdendo a batalha; a insolação é o sinal de que ele já perdeu e os sistemas estão falhando.
A principal diferença é a pele: na exaustão, a pessoa ainda transpira muito (pele fria e úmida); na insolação, o sistema de sudorese falha e a pele fica quente, vermelha e seca.
| Sintoma | Exaustão pelo Calor (Alerta Grave) | Insolação (Emergência Médica) |
| Pele | Fria, pálida e pegajosa | Quente, vermelha e seca |
| Sudorese | Intensa | Ausência de suor (perigoso) |
| Estado Mental | Tontura, fraqueza, náusea | Confusão, delírio, perda de consciência |
| Pulso | Rápido e fraco | Rápido e forte |
Como podemos nos adaptar e prevenir esses riscos?
A prevenção é a única estratégia eficaz contra as mortes por calor. Em nível pessoal, isso significa reduzir a exposição e facilitar ativamente o resfriamento do corpo durante os picos de calor.
O CDC (Centro de Controle de Doenças dos EUA) enfatiza que a climatização (ar-condicionado) é o fator de proteção número um. Se não tiver em casa, procure locais públicos refrigerados (shoppings, bibliotecas) durante as horas mais quentes do dia.
Estratégias de prevenção imediata:
- Hidratar-se constantemente com água, antes de sentir sede (evitar álcool, cafeína e bebidas açucaradas, que desidratam).
- Usar roupas leves, soltas, de algodão e de cores claras, que permitem a evaporação do suor.
- Evitar esforço físico e exposição solar direta nos horários de pico (geralmente entre 10h e 16h).
- Verificar ativamente idosos, crianças e vizinhos que moram sozinhos, pois podem não perceber os sintomas.









