A Vitamina B12, também conhecida como cobalamina, é um nutriente indispensável para a saúde neurológica, atuando diretamente na proteção dos nervos e na síntese de neurotransmissores. Após os 50 anos, ela se torna crítica para prevenir o declínio cognitivo e manter a agilidade mental.
Por que o estômago é a verdadeira “porta de entrada” da memória?
Muitas pessoas acham que a falha na memória é apenas um problema na cabeça, mas a raiz da questão pode estar na barriga. A vitamina B12 é única: ela chega “grudada” na proteína dos alimentos e exige um banho de ácido estomacal forte para se soltar e ser absorvida.
O problema é que, após os 50 anos, a produção desse ácido cai naturalmente (uma condição chamada gastrite atrófica). Isso cria um cenário irônico: você pode comer carne e ovos todos os dias, mas seu corpo não consegue “destrancar” a vitamina para usá-la.
Os 3 inimigos comuns da absorção nessa idade
- Uso crônico de antiácidos: Remédios para azia (prazóis) neutralizam o ácido necessário para liberar a B12 da comida.
- Cirurgias bariátricas: Alteram o caminho da digestão, muitas vezes reduzindo a área onde a vitamina é absorvida.
- Mastigação insuficiente: Dificulta a quebra inicial das proteínas onde a vitamina está “escondida”, exigindo mais esforço do estômago.
Por que a Vitamina B12 é vital para o cérebro?
A B12 é essencial para a manutenção da bainha de mielina, a capa protetora que reveste os nervos e garante a transmissão rápida dos impulsos elétricos no cérebro. Sem ela, a comunicação neural fica lenta.
Além disso, ela ajuda a regular a homocisteína, um aminoácido que, em excesso, é tóxico para os neurônios e está ligado a um maior risco de demência e Alzheimer.
No vídeo a seguir, o Dr. Julio Cesar Luchmann explica sobre o uso da B12:
A absorção diminui naturalmente com a idade?
Sim, e este é o maior desafio após os 50 anos. O estômago produz menos ácido clorídrico com o envelhecimento, o que é necessário para “liberar” a B12 dos alimentos e permitir sua absorção.
O uso crônico de medicamentos comuns nessa faixa etária, como antiácidos (omeprazol) ou metformina (para diabetes), também bloqueia significativamente a absorção deste nutriente vital.
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Quais são os sinais silenciosos de deficiência?
A falta de B12 não causa apenas anemia; os sintomas neurológicos podem aparecer antes, sendo muitas vezes confundidos com o “envelhecimento normal” ou estresse.
É crucial estar atento a um conjunto de sinais que indicam que o cérebro e os nervos estão sofrendo com a falta deste nutriente:
- Esquecimentos frequentes e dificuldade de concentração (“névoa mental”).
- Formigamento ou dormência nas mãos e pés (neuropatia periférica).
- Alterações de humor, como irritabilidade ou depressão inexplicada.
- Fadiga extrema que não melhora com o descanso.

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Onde encontrar B12 na alimentação diária?
A B12 é encontrada naturalmente apenas em produtos de origem animal. Para quem tem dificuldade de absorção ou segue dietas vegetais, alimentos fortificados ou suplementos são necessários.
As melhores fontes alimentares para incluir na rotina e proteger o cérebro são:
- Fígado bovino e mariscos (as fontes mais concentradas).
- Peixes gordos como salmão, atum e sardinha.
- Carnes vermelhas magras e aves.
- Ovos e laticínios (leite, iogurte, queijo).
Quando a suplementação é necessária?
Como a deficiência é comum e perigosa para a memória, a Mayo Clinic recomenda que adultos acima de 50 anos considerem alimentos fortificados ou suplementos.
A detecção é feita por exame de sangue. Se os níveis estiverem baixos, a suplementação (oral ou injetável) pode reverter os sintomas cognitivos se iniciada precocemente, conforme estudos do NIH (EUA).









