Para muitas pessoas, a simples ideia de visitar um médico pode desencadear uma série de reações emocionais e físicas desconfortáveis. Este fenômeno, conhecido como latrofobia ou iatrofobia, refere-se ao medo de médicos e ambientes clínicos, também chamado de “Síndrome do Jaleco Branco“. Caracteriza-se principalmente por elevações na pressão arterial quando em um ambiente médico, mas não em situações cotidianas.
A Síndrome do Jaleco Branco foi identificada nos anos 1980, se manifestando como hipertensão pontual em situações clínicas. Pesquisas indicam que uma em cada cinco pessoas pode apresentar sintomas da condição, apesar da subnotificação. Estudos apontam a importância de se identificar indivíduos com essa fobia para evitar diagnósticos e tratamentos equivocados, o que pode levar a consequências adversas à saúde.
Quais são os fatores que desencadeiam a Síndrome do Jaleco Branco?

De acordo com o psicólogo britânico Adam Michael Cox, as fobias médicas representam uma enorme parte dos casos que ele trata. Diferentes fatores podem desencadear a síndrome, desde experiências passadas na infância até associações culturais de poder e status social atribuídas aos médicos. Psicólogos como Renato Belin Castellucci sugerem que traumas durante atendimentos médicos anteriores podem causar respostas emocionais automáticas em pessoas com essa fobia.
Como a Síndrome do Jaleco Branco afeta a saúde cardiovascular?
O impacto da síndrome sobre a saúde cardiovascular é significativo. Estudos da Universidade da Califórnia e da Universidade da Pensilvânia revelam que a síndrome, quando não tratada, pode aumentar o risco de doenças cardíacas, especialmente em idosos. A hipertensão desnecessária causada por ambientes clínicos pode levar a prescrições inadequadas de medicamentos anti-hipertensivos, acarretando efeitos colaterais indesejados.
De que maneira o monitoramento domiciliar pode ajudar?
Alternativas como o monitoramento da pressão arterial em casa vêm ganhando destaque por proporcionarem um diagnóstico mais preciso. De acordo com pesquisadores da Universidade do Texas, essas medições são mais confiáveis do que as realizadas em consultórios. Equipamentos portáteis que monitoram a pressão arterial continuamente podem oferecer dados cruciais, possibilitando uma avaliação mais acurada da saúde do paciente sem a influência do ambiente clínico.
Por que é fundamental revisar práticas clínicas para a hipertensão?
O crescente corpo de evidências em favor do monitoramento domiciliar sugere que uma revisão nas práticas clínicas pode ser necessária. Garantir que pacientes com hipertensão situacional sejam tratados de acordo com suas necessidades reais pode prevenir consequências graves. Atualizar protocolos e incorporar dispositivos de monitoração continua em ambientes mais familiares ao paciente destaca-se como uma abordagem necessária para melhorar os resultados de saúde. As descobertas sublinham a necessidade de despertar o sistema de saúde para uma compreensão mais ampla da hipertensão clínica e sua gestão eficaz.
Entre em contato:
Dra. Anna Luísa Barbosa Fernandes
CRM-GO 33.271








