O Alzheimer é uma condição neurodegenerativa que afeta milhões de pessoas em todo o mundo, caracterizada pela perda progressiva de memória e outras funções cognitivas. Embora a causa exata da doença ainda não seja completamente compreendida, acredita-se que fatores genéticos desempenhem um papel significativo. Recentemente, um estudo pré-clínico da Universidade de Washington trouxe novas esperanças ao investigar o uso do Lemborexant, um medicamento originalmente desenvolvido para tratar a insônia, como uma potencial opção terapêutica contra o Alzheimer.

O Lemborexant foi aprovado pelo FDA em 2019 como um tratamento eficaz para a insônia, e desde 2022 está em análise pela Anvisa no Brasil. Este medicamento ganhou destaque por seu perfil de eficácia e tolerabilidade em comparação com outros tratamentos para distúrbios do sono. No entanto, o que despertou o interesse dos pesquisadores foi sua capacidade de reduzir o acúmulo da proteína Tau no cérebro de camundongos, uma das principais responsáveis pelo avanço do Alzheimer.
Como o Lemborexant pode ajudar no tratamento do Alzheimer?
O acúmulo de proteínas Beta-Amiloide e Tau é considerado um dos principais fatores de risco para o desenvolvimento do Alzheimer. Enquanto muitos medicamentos focam na Beta-Amiloide, o estudo liderado pelo neurologista David Holtzman explorou o impacto do Lemborexant na proteína Tau. Em testes com camundongos, o medicamento não apenas melhorou a qualidade do sono, mas também reduziu significativamente os níveis anormais de Tau, sugerindo um potencial efeito protetor ao cérebro.
O mecanismo de ação do Lemborexant difere de outros medicamentos para insônia, como o Zolpidem. Ele atua bloqueando a Orexina, um neuropeptídeo que regula o sono e o estado de vigília. Ao desativar geneticamente o receptor de Orexina 2, os pesquisadores observaram uma redução no acúmulo de Tau, indicando que a Orexina pode estar envolvida no avanço da neurodegeneração associada ao Alzheimer.
Quais são as limitações e desafios futuros?
Apesar dos resultados promissores, o estudo apresenta algumas limitações que precisam ser abordadas em pesquisas futuras. Os efeitos protetores do Lemborexant foram observados apenas em camundongos machos, o que levanta questões sobre sua eficácia em fêmeas e, por extensão, em humanos. Além disso, o medicamento foi aprovado apenas para uso em curto prazo, e os efeitos do uso prolongado ainda são desconhecidos.
Outro desafio é a necessidade de confirmar se os resultados observados em camundongos podem ser replicados em humanos. Estudos clínicos em larga escala serão essenciais para determinar a segurança e eficácia do Lemborexant como tratamento para o Alzheimer. A comunidade científica está cautelosamente otimista, reconhecendo que, embora o caminho seja promissor, ainda há muito a ser investigado.
O que o futuro reserva para o tratamento do Alzheimer?
O avanço no tratamento do Alzheimer depende de uma compreensão mais profunda dos mecanismos subjacentes à doença e do desenvolvimento de terapias que possam retardar ou até mesmo reverter seu progresso. O estudo do Lemborexant é um exemplo de como medicamentos existentes podem ser reavaliados para novos usos, oferecendo esperança para milhões de pessoas afetadas pela doença.
Enquanto a pesquisa continua, é fundamental que os pacientes e suas famílias tenham acesso a diagnósticos precoces e tratamentos que possam melhorar a qualidade de vida. A colaboração entre cientistas, médicos e reguladores será crucial para transformar descobertas promissoras em opções terapêuticas viáveis.
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Dra. Anna Luísa Barbosa Fernandes
CRM-GO 33.271










