Você lava o banheiro com água sanitária, esfrega o piso, mas aquele odor acre continua voltando poucas horas depois. A fonte desse problema geralmente não está onde os olhos alcançam, mas sim nos focos ocultos de sujeira que a limpeza convencional ignora, transformando a louça sanitária em um depósito de bactérias.
O perigo invisível nos parafusos de fixação
A área mais negligenciada durante a faxina é a base externa do vaso, especificamente onde estão os parafusos de fixação no chão. Micropartículas de urina e água contaminada escorrem pela louça e se acumulam sob as capas plásticas ou metálicas que cobrem esses parafusos.
Com o tempo, esse líquido estagnado reage com o metal e o rejunte, criando uma pasta de oxidação e bactérias que exala um cheiro forte de amônia. Como a vassoura e o pano não alcançam a fresta entre o parafuso e a louça, o material orgânico apodrece ali, invisível e intocado.

A “caverna” bacteriana da borda interna
Outro vilão silencioso é o canal por onde a água da descarga sai, conhecido como sifão interno ou borda da bacia. Essa área côncava e de difícil acesso visual acumula respingos de dejetos e cria um biofilme resistente — uma camada gelatinosa de fungos e bactérias que se alimentam de ureia.
Muitas escovas sanitárias possuem cerdas que não conseguem fazer a curva completa para esfregar esse recesso. Sem a fricção mecânica adequada, a crosta bacteriana endurece, protegendo os microrganismos da ação da água sanitária e perpetuando o mau cheiro a cada descarga.
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A falha na vedação do piso
Se o cheiro parece vir do chão, o problema pode ser o rejunte desgastado na base do vaso. A urina que escorre e penetra em rejuntes porosos ou sob o silicone mal aplicado não seca nunca, criando um ambiente úmido permanente sob a cerâmica.
Para resolver esses problemas de forma definitiva, é necessário um protocolo de desinfecção focado nos detalhes:
- Remova as capas dos parafusos e aplique limpador enzimático ou cloro puro diretamente na rosca e no buraco de fixação.
- Utilize uma escova com borda curvada específica ou uma esponja abrasiva (com luvas) para esfregar vigorosamente o interior da borda superior.
- Verifique a vedação da base: se houver frestas no silicone, remova-o, limpe a área com álcool 70% e aplique uma nova camada de vedante.

Sinais de que o anel de vedação falhou
Em casos extremos, o odor pode não ser apenas de urina velha, mas de esgoto retornando. Isso ocorre quando o anel de vedação (a peça de cera ou borracha que une o vaso ao cano de esgoto) resseca ou sai do lugar, permitindo que gases tóxicos vazem pela base.
Se notar vazamento de água na base do vaso ao dar descarga, a troca imediata dessa peça é uma questão de saúde pública doméstica. Ignorar esse vazamento permite a contaminação do piso e do ar que sua família respira.
Verifique agora mesmo se as capas dos parafusos do seu vaso estão escondendo sujeira antiga.










