O banho frio matinal é uma prática de “estresse positivo” (hormese) investigada por seus efeitos no corpo. Este choque térmico controlado pode ativar sistemas que fortalecem a resistência mental e influenciam a resposta imunológica.
O que acontece no corpo no primeiro minuto de água fria?
O contato inicial é um choque para o sistema. Ele ativa o sistema nervoso simpático (“luta ou fuga”), causando uma inspiração profunda involuntária, seguida de respiração rápida e aumento da frequência cardíaca.
O corpo libera uma onda de catecolaminas, principalmente a norepinefrina (noradrenalina). Este hormônio inunda o cérebro, causando um estado imediato de alerta, foco e clareza mental, “limpando” a inércia do sono.

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Como o desconforto intencional fortalece a resistência mental?
Esta prática é uma forma de hormese: um estresse agudo e controlado que “treina” o corpo. Ao enfrentar voluntariamente o desconforto (o frio), você ensina o córtex pré-frontal (lógica) a modular a resposta de pânico da amígdala (emoção).
Esse treino de “calma sob pressão” constrói resiliência mental. Ele aumenta a tolerância ao desconforto físico e psicológico, tornando-o menos reativo ao estresse real (e crônico) do dia a dia.
O banho frio pode realmente melhorar o sistema imunológico?
O estresse agudo do frio pode estimular o sistema imunológico. Estudos (NIH) sugerem que a prática regular pode aumentar a contagem de glóbulos brancos (monócitos e linfócitos), as células de defesa do corpo.
O frio também é um potente anti-inflamatório. A exposição regular ajuda a reduzir a inflamação sistêmica de baixo grau.
Benefícios imunológicos/inflamatórios:
- Aumento potencial de glóbulos brancos.
- Redução de citocinas inflamatórias.
- Ativação do nervo vago (calmante).
- Melhora na circulação linfática (remoção de resíduos).
@rafaelgrattap O desconforto gerado pela água gelada faz ela ser a forma mais simples e rápida de modular sua dopamina, já tendo sido usada até para dependentes químicos se livrarem do vício pela psiquiatra americana, Anna Lembke. É o oposto do conforto e prazer imediato de algumas atividades como um doce hiperpalável, que gera um pico de dopamina seguido por uma queda – o que te deixa menos focado (a) e motivado(a). Além disso, o banho gelado tem sido estudado como uma forma de treinar seu sistema nervoso autônomo para lidar com estresse e por modular seu relógio biológico, já que a água fria gera um reflexo interno no corpo de aumento de metabolismo e secreção de adrenalina e cortisol. Me conta aqui nos comentários: você percebe que o banho gelado já poderia ter estes benefícios? Faz sentido para você? #banhogelado #saudemental #ansiedade #depressão #dopamina #metodowimhof ♬ som original – Rafael Gratta
Por que sentimos uma melhora no humor após o banho frio?
O choque frio é seguido por uma sensação de recompensa. Estudos sobre imersão em água fria mostram que a prática pode causar um aumento significativo e sustentado nos níveis de dopamina (o neurotransmissor da motivação e do prazer), gerando otimismo.
Além da dopamina, o corpo libera endorfinas (analgésicos naturais) em resposta ao estresse físico do frio, o que contribui para a sensação de euforia e bem-estar.
Efeitos no humor:
- Aumento da dopamina (motivação).
- Liberação de endorfinas (analgésicos).
- Alívio da “névoa mental” (pela norepinefrina).
- Redução de sintomas de ansiedade (regulação da amígdala).
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Quais são os riscos e quem deve evitar esta prática?
Sim. O banho frio é um estresse cardiovascular agudo. O choque causa vasoconstrição (aperto dos vasos) e um pico imediato na pressão arterial e frequência cardíaca. Isso é perigoso para certos grupos.
A Organização Mundial da Saúde (OMS) alerta sobre os riscos cardiovasculares. A consulta médica é obrigatória para pessoas com condições pré-existentes.
| Risco | Condição Médica de Alerta |
| Pico de Pressão Arterial | Hipertensão (Pressão alta) não controlada |
| Arritmia / Esforço Cardíaco | Doenças cardíacas (Insuficiência, histórico de infarto) |
| Vasoespasmo Severo | Doença de Raynaud |









