Cuidar de plantas, conhecido como terapia hortícola, é uma prática com benefícios comprovados para a saúde mental. A ciência demonstra que esta interação simples com a natureza pode reduzir ativamente o estresse, melhorar o humor e restaurar o foco mental.
Por que o contato com a natureza e o solo reduz o estresse?
O contato com a natureza, mesmo através de vasos de plantas em casa, ativa o sistema nervoso parassimpático (o modo “descansar e digerir”). Isso ajuda a diminuir os níveis de cortisol (hormônio do estresse), reduzindo a frequência cardíaca e a pressão arterial.
Estudos também investigam uma bactéria encontrada no solo, a Mycobacterium vaccae. Acredita-se que o contato com ela possa estimular a produção de serotonina (o neurotransmissor do bem-estar) no cérebro, atuando de forma semelhante a um antidepressivo natural.

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Como o ato de cuidar de plantas funciona como “mindfulness”?
Cuidar de plantas é um exercício de atenção plena (mindfulness) em ação. Atividades como regar, podar ou simplesmente verificar as folhas exigem um foco sensorial no “aqui e agora” (tato, olfato).
Essa prática de “aterramento” (grounding) é um antídoto poderoso para a ruminação (pensamentos repetitivos sobre o passado ou futuro). Ela “ancora” a mente em uma tarefa simples e presente, interrompendo o ciclo da ansiedade e da sobrecarga mental.
A jardinagem pode realmente melhorar o humor e a ansiedade?
Sim, pois o benefício é tanto biológico quanto psicológico. O ato de nutrir (cuidar de algo vivo e vê-lo prosperar) proporciona um profundo senso de propósito e realização, o que estimula a liberação de dopamina (o neurotransmissor da recompensa).
Harvard Health confirma que a exposição a ambientes verdes (mesmo internos) reduz sintomas de ansiedade e depressão. A “biofilia”, nossa conexão inata com a natureza, tem um efeito calmante intrínseco.
Benefícios psicológicos do ato de nutrir:
- Aumento do senso de propósito e responsabilidade.
- Melhora da autoestima através da realização (ver a planta crescer).
- Desenvolvimento da paciência (aceitar o ritmo da natureza).
- Fomento do “estado de fluxo” (flow), que silencia o crítico interno.
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O que é a terapia hortícola e seus benefícios reconhecidos?
Os benefícios vão desde a reabilitação motora fina (ao manusear sementes) até a redução do estresse pós-traumático (ao focar no presente).
A terapia hortícola é uma prática profissional que usa o ato de cultivar plantas para atingir objetivos terapêuticos específicos, sendo usada em hospitais, clínicas de reabilitação e para idosos. A Organização Mundial da Saúde (OMS) publicou relatórios sobre como as artes e a natureza (incluindo jardinagem) melhoram a saúde física e mental.
| Benefício Terapêutico | Mecanismo de Ação |
| Redução do Estresse | Diminuição do Cortisol (Ativação Parassimpática) |
| Melhora do Humor | Dopamina (Realização) / Serotonina (Solo) |
| Foco (Mindfulness) | “Aterramento” (Foco sensorial no presente) |
| Ansiedade Reduzida | Interrupção do ciclo de ruminação |
Quais as formas mais simples de começar a sentir o efeito?
Você não precisa de um jardim grande; os benefícios são sentidos mesmo com poucos vasos em um apartamento. O segredo é a interação (o toque e o cuidado diário), não a escala do cultivo.
Começar com plantas “fáceis de cuidar” (como suculentas ou jiboias) é ideal, pois maximiza a sensação de sucesso e evita a frustração, tornando o hobby relaxante desde o início.
Formas práticas de começar em casa:
- Comece com 1 ou 2 plantas “difíceis de matar” (ex: Zamioculca, Espada-de-São-Jorge).
- Crie uma pequena horta de temperos na janela da cozinha (ex: manjericão, hortelã).
- Designe 5 minutos (ex: com o café da manhã) apenas para observar e regar as plantas.
- Coloque as “mãos na terra”: o ato de trocar uma planta de vaso é um poderoso exercício tátil de “aterramento”.









