O fígado raramente pede atenção, mas a saúde dele está intrinsecamente ligada ao nosso estilo de vida. É crucial e inegociável afirmar desde o início: a doença hepática gordurosa (agora chamada de MASLD) é uma condição médica séria que exige diagnóstico e um plano de tratamento supervisionado por um médico. As informações a seguir são para fins educativos e não substituem uma consulta.
A ciência tem investigado profundamente como nossos padrões de sono afetam a saúde metabólica, e o fígado está no centro dessa relação. Este artigo irá explorar, de forma segura e baseada em evidências, a conexão entre a duração do sono e a saúde hepática.
O que as pesquisas dizem sobre a duração do sono e a gordura no fígado?
Estudos recentes, incluindo observações em populações mais velhas, encontraram uma associação intrigante entre os padrões de sono e o risco de desenvolver a Doença Hepática Gordurosa Associada à Disfunção Metabólica (MASLD).
A pesquisa destacou que tanto o sono curto (definido como menos de 6 horas por noite) quanto o sono longo (mais de 8 horas por noite) estavam associados a uma maior chance de ter MASLD. Além da duração, a presença de distúrbios do sono, como dificuldade em adormecer ou despertares frequentes, também mostrou uma ligação com o aumento do risco.
É fundamental notar que os especialistas destacam que esta é uma associação, e não uma prova de causa e efeito. Ainda não está claro se o sono inadequado causa o fígado gorduroso, ou se o fígado gorduroso e a disfunção metabólica associada causam a má qualidade do sono.

Por que um sono inadequado pode estar ligado à saúde metabólica?
O sono de má qualidade, seja curto ou longo, impacta diretamente os hormônios que regulam o metabolismo. A privação de sono aumenta os níveis de cortisol (hormônio do estresse) e desregula os hormônios da fome (aumentando a grelina e diminuindo a leptina). Mais importante, a falta de sono prejudica a sensibilidade à insulina, um fator central no desenvolvimento do fígado gorduroso.
No caso do sono longo, os pesquisadores sugerem que ele pode ser um indicador de má qualidade do sono, como fragmentação causada por apneia, ou um sinal de um estado inflamatório crônico no corpo, que também está ligado à MASLD.
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Quais são os passos práticos para proteger o sono e o metabolismo?
Dado que o sono de má qualidade e a saúde metabólica estão interligados, adotar hábitos saudáveis é uma estratégia de prevenção fundamental.
Tente manter 7 a 9 horas de sono como referência
Embora a necessidade seja individual, a maioria das agências de saúde, como a Sleep Foundation, recomenda que adultos visem de 7 a 9 horas de sono de qualidade por noite. Menos de 7 horas é consistentemente associado a piores desfechos metabólicos.
Trate o ronco e a suspeita de apneia do sono
O ronco alto e as pausas na respiração (apneia) são distúrbios do sono que privam o corpo de oxigênio e estão fortemente ligados à hipertensão, ao diabetes e ao fígado gorduroso.
Monitore os fatores de risco metabólicos
A MASLD está intimamente ligada à síndrome metabólica. Portanto, é vital manter sob controle regular a pressão arterial, o açúcar no sangue (glicemia) e os níveis de triglicerídeos, conforme orientação médica.
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Quando a fadiga ou o ronco exigem uma avaliação dupla?
Se você ronca alto, foi informado que tem pausas na respiração durante a noite, ou acorda consistentemente cansado (mesmo após 8 ou 9 horas na cama), isso não deve ser ignorado. Estes são sinais de alerta que exigem uma avaliação profissional.
A consulta com um médico ou especialista em sono é indispensável. Eles poderão investigar a qualidade do seu sono e, se necessário, avaliar a saúde do seu fígado através de exames, garantindo um diagnóstico e tratamento corretos. A automedicação ou a negligência desses sintomas pode ser perigosa.








