Uma pesquisa recente realizada por instituições renomadas no Brasil, incluindo a Universidade Federal de Minas Gerais (UFMG), a Universidade de São Paulo (USP) e a Universidade Federal do Rio Grande do Sul (UFRGS), trouxe à tona uma relação preocupante entre a Esteatose Hepática e o aumento do risco de diabetes tipo 2. Este estudo foi parte do projeto ELSA-Brasil, focado na saúde de adultos, e acompanhou 8.166 participantes ao longo de quase quatro anos, com idades entre 35 e 74 anos, excluindo aqueles já diagnosticados com diabetes ou com histórico de consumo excessivo de álcool relacionado a doenças hepáticas.
A Esteatose Hepática, mais conhecida como gordura no fígado, é uma condição caracterizada pelo acúmulo excessivo de gordura nas células hepáticas. Embora possa inicialmente ser assintomática e benigna, a longo prazo, sem tratamento adequado, pode evoluir para complicações severas, como fibrose hepática e cirrose, aumentando os riscos para o desenvolvimento de câncer de fígado. O dado alarmante apresentado pelo estudo indica que indivíduos com Esteatose Hepática possuem 30% mais risco de desenvolver diabetes tipo 2 em comparação àqueles sem a condição.
Como é diagnosticada a Esteatose Hepática?
A detecção da Esteatose Hepática geralmente é feita por meio de ultrassonografia abdominal, que é o método inicial preferido devido à sua natureza não invasiva e custo acessível. No entanto, em casos onde o ultrassom detecta a presença de gordura, podem ser necessários exames complementares mais detalhados, como tomografia computadorizada, ressonância magnética e até mesmo uma biópsia hepática, para avaliar a extensão e a gravidade da doença, especialmente quando se busca identificar fibrose hepática associada.
Qual é a relação entre a gordura no fígado e o diabetes tipo 2?

A ligação entre a Esteatose Hepática e o diabetes tipo 2 está associada a uma série de fatores metabólicos. O acúmulo de gordura pode causar inflamação e resistência à insulina, dois componentes principais no desenvolvimento do diabetes tipo 2. Os indivíduos com esteatose tendem a apresentar outros fatores de risco, como obesidade central, dislipidemia e pressão arterial elevada, o que contribui ainda mais para um cenário de risco aumentado.
Quais são as estratégias de tratamento e prevenção?
O tratamento da Esteatose Hepática foca principalmente em mudanças no estilo de vida, enfatizando a importância da alimentação balanceada e da prática regular de exercícios físicos para reduzir a gordura visceral e melhorar o controle das condições metabólicas associadas. Medicamentos que tratam doenças de base como diabetes e dislipidemia também podem ajudar, mas não há medicamentos aprovados especificamente para a Esteatose Hepática. Portanto, medidas preventivas e corretivas são vitais para a gestão eficaz da condição.
O que esperar do futuro na abordagem do MASH?
O termo MASH, ou esteatohepatite metabólica, vem ganhando popularidade em substituição ao termo NASH, destacando que os fatores metabólicos, além do consumo alcoólico, desempenham um papel importante na saúde do fígado. Pesquisas contínuas e o desenvolvimento de novas abordagens terapêuticas são necessários para tratar eficazmente essa condição que afeta uma parte considerável da população. Através da promoção de um estilo de vida saudável e da gestão dos fatores de risco metabólicos, é possível não apenas controlar a progressão da doença, mas também melhorar significativamente a qualidade de vida das pessoas afetadas.
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Dra. Anna Luísa Barbosa Fernandes
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