O diabetes tipo 2 é uma condição metabólica séria, mas o corpo emite sinais de alerta precoces quando o açúcar no sangue está elevado. Reconhecer esses primeiros sintomas é crucial para a intervenção e prevenção de complicações.
Por que a sede excessiva e a vontade de urinar são os primeiros alertas?
Quando o açúcar no sangue (glicose) está alto, os rins tentam filtrá-lo, mas ficam sobrecarregados. Para eliminar o excesso de glicose, os rins a despejam na urina. Como o açúcar “puxa” água consigo, o volume de urina aumenta drasticamente, levando à poliúria (urinar muito), especialmente à noite (noctúria).
Esse processo de “lavagem” da glicose pela urina remove uma enorme quantidade de fluido do corpo, levando à desidratação. O cérebro, percebendo a falta de água, dispara um sinal intenso de sede (polidipsia). É um ciclo vicioso: o corpo tenta diluir o açúcar no sangue (sede) e ao mesmo tempo tenta excretá-lo (urina).

A “fome inexplicável” pode ser um sinal de diabetes?
Sim. No diabetes tipo 2, o problema é a resistência à insulina. Embora o sangue esteja cheio de glicose (energia), a insulina não consegue “abrir a porta” das células (músculos, cérebro). As células, “famintas”, enviam sinais de fome constante (polifagia), mesmo após uma refeição.
Essa crise energética causa a fadiga extrema. O corpo não está recebendo combustível, resultando em exaustão e “névoa mental”. Os 4 sinais clássicos (os “3 Ps” + Fadiga) são:
- Poliúria (urinar muito)
- Polidipsia (sede excessiva)
- Polifagia (fome excessiva)
- Fadiga (cansaço inexplicável)
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O que a visão turva ou o formigamento têm a ver com o açúcar?
A estudos mostram que a visão turva ou embaçada é um sintoma precoce surpreendente. Níveis elevados de glicose no sangue alteram o equilíbrio dos fluidos no corpo, o que pode “puxar” fluido do cristalino (a lente do olho). Isso muda o formato da lente e prejudica a capacidade de foco do olho, mas geralmente se resolve quando a glicemia é controlada.
O formigamento ou dormência nas mãos e pés (neuropatia periférica) é um sinal de que o excesso de açúcar está danificando os pequenos nervos. Embora mais comum em estágios avançados, pode ser um sinal inicial para algumas pessoas, conforme alerta o NIH (Instituto Nacional de Saúde dos EUA).
Quais são os sinais “silenciosos” que afetam a pele e a imunidade?
O excesso de glicose prejudica os glóbulos brancos, tornando o sistema imune lento. Isso se manifesta como infecções frequentes e dificuldade de cicatrização de pequenos cortes, pois o corpo não consegue combater bactérias e fungos eficientemente.
Sinais silenciosos de resistência à insulina também aparecem na pele:
- Acantose nigricans (manchas escuras e aveludadas no pescoço/axilas).
- Infecções fúngicas (candidíase) de repetição.
- Feridas que demoram semanas para sarar.
- Gengivite ou infecções de repetição na boca.
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O que é o pré-diabetes e por que ele é o estágio mais crítico?
O pré-diabetes é o estágio anterior ao diabetes tipo 2, onde a glicose já está acima do normal, mas ainda não alta o suficiente para um diagnóstico. O perigo é que ele é quase sempre totalmente assintomático (sem sinais), mas o dano silencioso aos vasos sanguíneos e nervos já pode estar começando.
A Organização Mundial da Saúde (OMS) enfatiza que o pré-diabetes é o ponto de intervenção mais crítico. Nesta fase, a condição é frequentemente reversível com mudanças no estilo de vida.
| Nível de Glicose (Jejum) | Diagnóstico |
| Abaixo de 99 mg/dL | Normal |
| 100 a 125 mg/dL | Pré-Diabetes (Alerta) |
| Acima de 126 mg/dL | Diabetes (em 2 testes) |









