O crescente interesse por alternativas sustentáveis e diversificadas na alimentação tem impulsionado pesquisas sobre novas fontes proteicas, com destaque para a Farinha de Castanha-do-Pará. Essa opção oferece um teor de proteína substancialmente superior ao da farinha de trigo, proporcionando uma alternativa promissora no mercado de proteínas vegetais para dietas plant-based. Essa exploração da biodiversidade brasileira não apenas aumenta a oferta de alimentos proteicos, mas também favorece a sustentabilidade, aproveitando recursos naturais de maneira responsável.
Qual é o diferencial proteico da Farinha de Castanha-do-Pará?
A Farinha de Castanha-do-Pará passa por um processo único de extração parcial do óleo, que resulta no aumento do teor proteico. Enquanto a castanha in natura contém cerca de 15% de proteína, a farinha produzida atinge 32,4%, tornando-se uma rica fonte de proteínas vegetais. Esse valor representa um aumento de 116% quando comparado à forma original da castanha. A alta concentração de proteínas na Farinha de Castanha-do-Pará a diferencia significativamente em comparação com a farinha de trigo integral, que contém aproximadamente 13% de proteína.
Como a Embrapa impulsiona o uso da castanha-do-Pará na indústria alimentícia?
A Embrapa tem se destacado na inovação de processos agroindustriais ao utilizar tanto castanhas novas quanto fragmentadas, minimizando assim o desperdício. A partir da farinha de castanha, foram desenvolvidos outros produtos, como o concentrado proteico e a proteína texturizada, utilizada como substituto para produtos cárneos. Estes desenvolvimentos visam a diversificação proteica no Brasil, expandindo as opções além das comumente usadas, como soja e ervilha, e destacando a castanha-do-Pará como relevante fonte proteica nacional.
Quais são os benefícios do desenvolvimento de produtos plant-based com castanha-do-Pará?
Os produtos desenvolvidos a partir da Farinha de Castanha-do-Pará, como hambúrgueres e quibes, foram testados positivamente quanto ao sabor, textura e aparência. Esses resultados indicam não apenas a versatilidade da farinha no desenvolvimento de opções plant-based, mas também sua aceitação potencial pelo consumidor final. Os produtos texturizados proteicos vegetais, por exemplo, combinam a castanha-do-Pará com soja, resultando em um produto final com cerca de 56% de proteína, equivalente à proteína texturizada de soja convencional.

Como a pesquisa com castanha-do-Pará contribui para a sustentabilidade?
A pesquisa da Embrapa visa não apenas a inovação na indústria alimentícia, mas também fomenta a sustentabilidade e o desenvolvimento local. Ao incentivar o plantio e o uso da castanha-do-Pará, cria-se um ciclo de benefício para comunidades locais e promove-se o uso consciente de recursos naturais. Essa abordagem holística fortalece o papel da biodiversidade brasileira na indústria global de alimentos plant-based, oferecendo alternativas mais saudáveis e variados ao consumidor e impactando positivamente o meio ambiente.
Em resumo, a Farinha de Castanha-do-Pará representa uma valiosa adição ao repertório de proteínas vegetais, com vantagens significativas em termos de conteúdo proteico e sustentabilidade. As inovações promovidas pela Embrapa sinalizam um futuro promissor para a indústria alimentícia e para as práticas agrícolas sustentáveis no Brasil.
Entre em contato:
Dra. Anna Luísa Barbosa Fernandes
CRM-GO 33.271








