O hábito de usar dispositivos eletrônicos até o momento de fechar os olhos é um dos maiores sabotadores do relaxamento natural. Desconectar-se das telas (celulares, tablets, TV) pelo menos uma hora antes de deitar é a estratégia mais eficaz para permitir que os níveis de cortisol caiam naturalmente e que o corpo entre em estado de repouso profundo.
Por que a luz azul mantém o cortisol elevado?
A luz azul emitida pelas telas imita a frequência da luz solar do meio-dia. Ao atingir a retina à noite, ela envia um sinal direto ao cérebro de que ainda é dia, inibindo a liberação de melatonina e mantendo o sistema de alerta ativo.
Isso força as glândulas adrenais a continuarem produzindo cortisol (o hormônio do estresse e do despertar) em um horário em que ele deveria estar no seu nível mais baixo. Esse desajuste hormonal impede o relaxamento físico necessário para o início do sono.

O conteúdo que consumimos afeta a ansiedade?
Sim, não é apenas a luz que é o problema; o conteúdo digital é projetado para ser estimulante. Ler e-mails de trabalho, ver notícias ruins ou rolar redes sociais ativa a amígdala, o centro de processamento do medo e da emoção no cérebro.
Essa ativação emocional dispara o sistema nervoso simpático (“luta ou fuga”), o que libera adrenalina e cortisol. Harvard Health confirma que essa hiperestimulação cognitiva noturna é uma causa primária de insônia e ansiedade crônica.
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O que acontece no corpo quando desligamos as telas?
Ao remover o estímulo visual e mental, o sistema nervoso parassimpático (“descansar e digerir”) pode finalmente assumir o controle. A frequência cardíaca diminui, a pressão arterial baixa e a tensão muscular começa a se dissipar.
Fisiologicamente, o corpo entende que o ambiente é seguro e escuro. Isso permite a transição química do cortisol para a melatonina, facilitando um sono que é não apenas mais longo, mas mais profundo e restaurador.
No vídeo a seguir, o perfil no TikTok Hebiatra explica como as telas podem impactar seu sono:
@hebiatra Vc usa o celular (ou outras telas) antes de dormir? Sempre? Nunca? Às vezes? Me diz aqui. #hebiatra #hebiatria ♬ som original – Hebiatra
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Quais atividades podem substituir o celular à noite?
Para que o hábito de desconectar funcione, é preciso substituir o vício da tela por atividades de “baixa dopamina” que acalmem o cérebro. O objetivo é criar um ritual de desaceleração que sinalize ao corpo que o dia acabou.
Para preencher esse tempo de forma relaxante e reduzir o estresse, especialistas recomendam adotar práticas analógicas:
- Leitura de livro físico: Foca a mente sem a luz azul agressiva.
- Banho morno: Ajuda a regular a temperatura corporal para o sono.
- Escrita (Journaling): “Esvazia” a mente das preocupações do dia.
- Alongamento leve: Solta a tensão física acumulada nos ombros e costas.
Quanto tempo leva para sentir a diferença?
Os benefícios na latência do sono (tempo para adormecer) podem ser sentidos logo nas primeiras noites. O cérebro responde rapidamente à ausência de luz azul, ajustando a produção de melatonina.
A redução do estresse acumulado e a melhora no humor geralmente são percebidas após uma semana de consistência. O NIH (EUA) aponta que a higiene do sono adequada é fundamental para a regulação emocional a longo prazo.










