A sensibilidade ao Glúten ou ao trigo não celíaca é uma condição que afeta uma parcela significativa da população mundial, mas que ainda gera dúvidas e debates na comunidade científica. Diferente da doença celíaca, essa sensibilidade não apresenta marcadores sanguíneos claros, o que complica o diagnóstico preciso. Os indivíduos acometidos relatam sintomas como desconforto abdominal, fadiga, dor de cabeça, além de transtornos digestivos como diarreia e constipação. Curiosamente, esses sintomas tendem a melhorar com a exclusão do Glúten da dieta.
Estudos recentes sugerem que a incidência dessa condição é maior entre as mulheres e está frequentemente associada a distúrbios psicológicos como ansiedade e depressão, além da síndrome do intestino irritável. Isso levanta a hipótese de que a sensibilidade ao Glúten ou ao trigo possa ser classificada como um distúrbio da interação intestino-cérebro, um campo em expansão na neurogastroenterologia.
Qual a prevalência da sensibilidade ao Glúten em diferentes países?
A pesquisa abrangeu dados de milhares de pessoas em 16 países, revelando variações significativas na prevalência da condição. No Chile, por exemplo, menos de 1% da população relatou sintomas de sensibilidade ao Glúten, enquanto esse número chegou a 23% no Reino Unido e 36% na Arábia Saudita. Tais diferenças podem estar associadas a variados critérios diagnósticos e à dependência do autorrelato, que é subjetivo e suscetível a falhas.

Por que adotar uma dieta sem Glúten sem diagnóstico pode ser arriscado?
Eliminar o Glúten da alimentação sem orientação médica é uma prática comum entre muitas pessoas que acreditam ter sensibilidade ao Glúten. No entanto, essa restrição pode levar a deficiências nutricionais, uma vez que o Glúten está presente em muitos alimentos ricos em nutrientes essenciais. Além disso, sem um diagnóstico adequado, outras condições que possam estar causando os sintomas podem passar despercebidas.
Quais são os desafios no diagnóstico da sensibilidade ao Glúten?
O principal desafio no diagnóstico dessa condição é a falta de métodos objetivos que possam confirmá-la com precisão. Os pesquisadores enfatizam a necessidade de desenvolver critérios mais claros e métodos de diagnóstico mais confiáveis. Além disso, é essencial compreender melhor os padrões e os gatilhos alimentares individuais, que podem ir além do Glúten.
Reconhecendo a sensibilidade ao Glúten como um distúrbio real e desenvolvendo estratégias personalizadas de tratamento, pode-se evitar restrições alimentares desnecessárias e melhorar a qualidade de vida das pessoas afetadas. Avanços nesse campo não só contribuiriam para um diagnóstico mais eficiente, mas também para uma abordagem mais integrada e centrada na saúde intestinal e no bem-estar geral.
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Dra. Anna Luísa Barbosa Fernandes
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