A romã é reverenciada há séculos não só por sua beleza exótica, mas por suas extensas propriedades medicinais. A romã (Punica granatum) é um alimento funcional com alto teor de polifenóis, destacando-se como uma aliada poderosa na prevenção e tratamento de diversas condições, especialmente as relacionadas ao sistema cardiovascular. A ciência moderna valida o uso tradicional da romã, comprovando seus benefícios terapêuticos para o coração e a saúde circulatória.
- Ação antioxidante superior no combate à aterosclerose.
- Efeito anti-hipertensivo e melhora da função endotelial.
- Propriedades anti-inflamatórias essenciais para a saúde vascular.
A romã pode prevenir a aterosclerose com sua potente ação antioxidante?
O benefício terapêutico mais reconhecido da romã é sua notável capacidade antioxidante, essencial para combater a aterosclerose (formação de placas nas artérias). O fruto contém altas concentrações de punicalaginas, que são taninos hidrolisáveis e fitoquímicos poderosos. Esses compostos inibem a oxidação do colesterol LDL, que é o passo inicial para o acúmulo de gordura nas paredes dos vasos. Esta propriedade curativa da romã é um foco de intensa pesquisa. Um estudo que analisou o consumo de suco de romã em humanos e ratos ateroscleróticos confirmou este mecanismo de ação.
“O suco de romã apresentou efeitos antioxidativos, reduzindo a peroxidação de lipídios no plasma e em lipoproteínas isoladas (HDL e LDL). Os resultados demonstraram que em humanos, o consumo de suco de romã diminui a suscetibilidade do LDL à oxidação” (AVIRAM et al., 2000).
Como os compostos bioativos da romã ajudam a reduzir a pressão arterial?
A romã é uma forte aliada no controle da hipertensão, apresentando um notável efeito anti-hipertensivo. Este benefício terapêutico é atribuído à presença de elagitaninos e seus metabólitos, como o ácido elágico, que atuam como princípios ativos vasodilatadores. Esses compostos promovem o relaxamento das paredes dos vasos sanguíneos, facilitando o fluxo e, consequentemente, contribuindo para a redução da pressão arterial. Pesquisas de revisão sobre o tema confirmam a eficácia da fruta.
“A romã (P. granatum) […] apresenta uma série de efeitos benéficos que inibem, atenuam ou curam algumas disfunções cardiovasculares nas principais doenças que afetam o sistema, como hipertensão. Os taninos, como os polímeros de ácido elágico (elagitaninos), representam exemplares de elevado potencial biológico e, sobretudo, ação antioxidante, antilipidêmica e anti-hipertensiva” (BERNARDO et al., 2023).
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Quais as propriedades da romã para melhorar a função endotelial e a circulação?
A melhora da função endotelial — a saúde do revestimento interno dos vasos sanguíneos — é crucial para a circulação. Os polifenóis presentes na romã, como os flavonoides, exercem uma ação protetora, reduzindo o estresse oxidativo e a inflamação nesse tecido vital. Ao promover o relaxamento dos vasos, a romã atua como um estimulante natural da circulação sanguínea. Essa propriedade curativa é essencial para a saúde geral do coração. Um estudo publicado no Journal of Nutritional Biochemistry apontou os resultados práticos dessa ação.
“Pacientes que consumiram suco da fruta diariamente por duas semanas apresentaram quedas significativas na pressão sistólica e diastólica. Além disso, a função endotelial, essencial para o fluxo sanguíneo e a saúde cardiovascular, também mostrou melhorias notáveis, indicando uma ação similar a medicamentos anti-hipertensivos” (HOLT, 2024).
O uso medicinal da romã na prevenção cardiovascular
O consumo da romã, seja na forma de suco, extrato ou seus arilos, oferece um caminho natural e cientificamente embasado para a prevenção de doenças cardiovasculares. A inclusão regular desta fruta na dieta é uma estratégia eficaz para aproveitar suas propriedades curativas. Para maximizar o benefício terapêutico, prefira o suco integral e natural ou os arilos frescos, pois o processamento excessivo pode diminuir a concentração de compostos bioativos. Este cuidado é fundamental para que os fitoquímicos atuem plenamente no organismo.
- A romã é rica em punicalaginas e ácido elágico, compostos fenólicos com potente efeito antioxidante e antiaterogênico, essenciais para a saúde vascular.
- Estudos científicos, como os de Aviram et al., comprovam a capacidade da fruta em reduzir a oxidação do colesterol LDL, prevenindo a formação de placas.
- O consumo da romã demonstrou, em pesquisas como a citada por Holt (2024), melhoria da função endotelial e efeito hipotensor, contribuindo para o controle da pressão arterial.
Você costuma incluir frutas funcionais como a romã na sua rotina alimentar?
Referências bibliográficas
- AVIRAM, Michael et al. Pomegranate juice consumption reduces oxidative stress, atherogenic modifications to LDL, and platelet aggregation. American Journal of Clinical Nutrition, v. 71, n. 5, p. 1062-1076, 2000.
- BERNARDO, M. F. et al. Ácido elágico e suas principais fontes de consumo e benefícios em doenças cardiovasculares. Revista Brasileira de Plantas Medicinais, v. 25, n. 4, p. 68-75, 2023.
- HOLT, R. K. Pomegranate’s vascular benefits: a review of the evidence. Journal of Nutritional Biochemistry, 2024.
- MORZELLE, M. C. Efeito neuroprotetor da casca de romã (Punica granatum). Tese (Doutorado em Ciência de Alimentos) – Universidade de São Paulo, São Paulo, 2016.








