O consumo excessivo de sal (sódio) é um dos maiores fatores de risco para a saúde cardiovascular. Ele sobrecarrega o coração e os vasos sanguíneos, forçando todo o sistema a trabalhar sob pressão constante, o que leva a danos silenciosos.
Por que o sódio causa retenção de líquidos?
O corpo humano precisa de um equilíbrio preciso entre sódio e água. Quando você consome muito sódio, o corpo retém água (impede os rins de excretá-la) para tentar diluir o excesso de sal na corrente sanguínea.
Esse excesso de fluido aumenta o volume total de sangue circulando nas suas veias e artérias. Mais volume em um espaço fechado significa mais pressão.

Como o volume de sangue afeta a pressão arterial?
Esse volume aumentado de sangue (causado pela retenção de água) empurra com mais força as paredes das artérias. Isso é a hipertensão (pressão alta).
O coração é forçado a bombear contra essa alta resistência, 24 horas por dia. É como tentar bombear água por um cano que está sendo espremido; o esforço é muito maior e causa fadiga no músculo cardíaco.
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O excesso de sal pode danificar as artérias?
Sim. A pressão constante (hipertensão) age como um “jato de areia” na delicada parede interna das artérias (o endotélio). Isso causa microlesões e inflamação crônica.
Artérias danificadas tornam-se rígidas e são locais propensos ao acúmulo de colesterol LDL (ruim), formando placas de aterosclerose, como alerta a American Heart Association (AHA).
A seguir vemos a explicação de um especialista sobre o mal que o sal pode fazer ao seu coração:
Quais são os riscos de longo prazo dessa sobrecarga?
A sobrecarga crônica do coração e o dano às artérias aumentam drasticamente o risco de eventos cardiovasculares graves, pois o sistema falha em pontos críticos.
Os principais riscos associados à hipertensão induzida pelo sal incluem:
- Infarto (Ataque Cardíaco): Bloqueio do fluxo sanguíneo para o coração.
- Insuficiência Cardíaca: O coração “cansa” e não consegue mais bombear eficientemente.
- Acidente Vascular Cerebral (AVC): Bloqueio ou rompimento de uma artéria no cérebro.
- Doença Renal Crônica: O excesso de pressão danifica os filtros dos rins.
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Como posso reduzir o sódio (sal) na dieta?
A maior parte do sódio que consumimos (cerca de 70-80%) não vem do saleiro, mas sim de alimentos ultraprocessados e industrializados, como pães, molhos prontos, embutidos e fast-food.
A Organização Mundial da Saúde (OMS) recomenda ler os rótulos (buscar “sódio”), cozinhar mais em casa e usar temperos naturais (ervas, alho, limão) em vez de sal para temperar os alimentos.
Por que o saleiro não é o seu maior inimigo?
A maioria das pessoas foca em reduzir a pitada de sal que usa para cozinhar, o que é bom, mas não resolve o problema principal.
O verdadeiro perigo é o sódio “oculto” (ou “invisível”) que a indústria alimentícia usa em enormes quantidades para realçar o sabor e conservar os alimentos.
Como o artigo aponta, 70% a 80% do sódio que consumimos diariamente já vem “embutido” em produtos que, muitas vezes, nem são salgados ao paladar (como pães ou biscoitos).
Onde está o sódio “invisível”?
Você se surpreenderia ao ler os rótulos. Muitas vezes, uma única fatia de pão de forma ou duas fatias de peito de peru podem ter mais sódio do que um punhado de amendoim salgado. Fique atento a estes campeões do sódio oculto:
- Embutidos: Peito de peru, presunto, salame e salsichas.
- Molhos prontos: Ketchup, mostarda, maionese e, especialmente, o molho de soja (shoyu).
- Temperos prontos: Caldos em cubo ou em pó e temperos “para salada”.
- Pães industrializados: Pães de forma e bisnaguinhas.
- Congelados e Fast-Food: Pizzas, lasanhas e hambúrgueres.
É por isso que a recomendação da OMS (Organização Mundial da Saúde) é ler os rótulos (procurando “sódio”) e trocar o sal por temperos naturais (alho, cebola, limão, ervas frescas) ao cozinhar.










