O interesse pela relação entre alimentação e saúde mental cresce a cada ano, e muitas pessoas começam a perceber que o que está no prato pode influenciar diretamente o equilíbrio emocional. Diversos estudos e profissionais de saúde apontam que certos alimentos e bebidas podem favorecer quadros de ansiedade quando consumidos em excesso, enquanto outros parecem contribuir para um estado de maior calma e estabilidade.
Como a alimentação influencia a ansiedade no dia a dia
A relação entre dieta e ansiedade passa, principalmente, pelo chamado eixo intestino-cérebro, um sistema de comunicação que envolve nervos, hormônios e substâncias químicas produzidas tanto no sistema nervoso quanto no trato gastrointestinal. Quando o intestino está em desequilíbrio, por exemplo, devido ao excesso de ultraprocessados, açúcares e gorduras de baixa qualidade, há maior produção de mediadores inflamatórios que podem afetar regiões do cérebro ligadas ao estresse e à regulação emocional.
Além disso, oscilações bruscas de glicemia causadas por alimentos muito açucarados podem favorecer mudanças de humor, cansaço e sensação de inquietação. Já o consumo exagerado de estimulantes, como a cafeína, pode aumentar a liberação de adrenalina e noradrenalina, substâncias associadas à resposta de “luta ou fuga”, típica da ansiedade, interferindo também na qualidade do sono e na capacidade de concentração.

Quais alimentos podem aumentar a ansiedade no cotidiano
Quando o tema é alimentos que aumentam a ansiedade, especialistas costumam apontar grupos que, em geral, aparecem com frequência em dietas modernas. Entre eles estão bebidas estimulantes, produtos cheios de açúcar e alimentos ricos em gorduras ruins, especialmente os industrializados, que podem alterar o funcionamento do intestino e impactar o sistema nervoso.
Entre os itens mais citados estão, de forma geral, aqueles que aumentam a inflamação e desregulam o sono e a glicemia. Abaixo, alguns exemplos comuns que merecem atenção, principalmente em pessoas com tendência à ansiedade, insônia ou sensibilidade a estimulantes:
- Café e outras fontes de cafeína: em doses altas, podem intensificar palpitações, tremores e sensação de inquietação, em especial em pessoas mais sensíveis.
- Bebidas alcoólicas: apesar de causarem uma impressão inicial de relaxamento, tendem a prejudicar o sono e podem agravar sintomas ansiosos nas horas ou dias seguintes.
- Alimentos ricos em açúcar refinado: doces, refrigerantes, pães brancos e sobremesas podem causar picos e quedas rápidas de glicose, associados a irritabilidade e nervosismo.
- Frituras e ultraprocessados gordurosos: salgadinhos, fast food e produtos pré-prontos costumam concentrar gorduras de baixa qualidade, corantes e aditivos, associados a maior inflamação intestinal.
Para aprofundar no tema, trouxemos o vídeo do Dr. Fabrício Mateus:
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Quais alimentos podem ajudar a aliviar a ansiedade
Por outro lado, existem alimentos que parecem favorecer um estado emocional mais estável, principalmente por ajudarem na saúde do intestino, no controle da glicemia e na oferta de nutrientes ligados ao funcionamento do sistema nervoso. Eles não funcionam como remédio, mas podem ser aliados importantes em uma rotina que busca reduzir a ansiedade, melhorar a qualidade do sono e sustentar níveis de energia mais constantes ao longo do dia.
Entre os exemplos mais citados por profissionais de saúde estão fontes de fibras, gorduras boas, triptofano e compostos anti-inflamatórios, que dão suporte ao cérebro e à microbiota intestinal. Inseridos em um padrão alimentar equilibrado, tendem a exercer efeito mais consistente do que em consumo isolado, sobretudo quando combinados com hidratação adequada e refeições distribuídas ao longo do dia.
A alimentação sozinha é suficiente para controlar a ansiedade
Os especialistas destacam que a alimentação voltada para reduzir a ansiedade é apenas uma parte do cuidado. Ela pode complementar outras estratégias já bem estabelecidas, como prática regular de exercícios físicos, higiene do sono, técnicas de respiração, manejo do estresse no trabalho e acompanhamento com profissionais de saúde quando há transtornos ansiosos diagnosticados.
Em muitos casos, o ajuste alimentar vem acompanhado de orientações para reduzir o sedentarismo, controlar condições como obesidade, diabetes e hipertensão e organizar uma rotina mais previsível. A combinação desses fatores, aliada a suporte psicológico ou psiquiátrico quando indicado, costuma oferecer melhores resultados do que qualquer medida isolada, fortalecendo tanto a saúde do corpo quanto a resiliência emocional.







