Comer alguma coisa antes de dormir é um hábito muito comum e, em muitos casos, até associado à tentativa de ter uma noite de sono mais tranquila. No entanto, especialistas em nutrição e saúde digestiva alertam que essa prática pode trazer desconfortos durante a madrugada, especialmente quando o lanche escolhido não é o mais adequado, afetando a qualidade do sono, o funcionamento do sistema digestivo e a ocorrência de sintomas como azia, má digestão e refluxo ácido.
Snacks antes de dormir fazem mal para o organismo?
O hábito de consumir um snack noturno nem sempre é visto como algo prejudicial, mas a forma como o organismo reage depende de fatores como horário, quantidade e tipo de alimento. O sistema digestivo continua ativo durante a noite, porém em ritmo diferente, e refeições tardias podem exigir um esforço maior do estômago em um momento em que o corpo está se preparando para descansar.
Especialistas apontam que o ideal é manter um intervalo de, pelo menos, duas a três horas entre a última refeição e o horário de deitar, o que ajuda a reduzir a sensação de estômago cheio. Esse intervalo permite que o alimento avance no trato digestivo, diminuindo a probabilidade de que o conteúdo gástrico retorne ao esôfago e reduzindo o risco de azia, má digestão, refluxo e fragmentação do sono.

Fruta antes de dormir causa refluxo ou pode ser segura?
A fruta costuma ser vista como uma opção equilibrada para lanches ao longo do dia, mas, à noite, algumas variedades podem ser menos adequadas. De acordo com nutricionistas, frutas cítricas, como laranja, abacaxi, tangerina, limão e até o tomate, usado em saladas ou sucos, tendem a estimular a produção de ácido no estômago, favorecendo sintomas de refluxo, como queimação no peito e desconforto na garganta.
O problema se torna mais evidente quando a ingestão ocorre pouco tempo antes de deitar, já que a posição horizontal dificulta a barreira natural entre estômago e esôfago. Em pessoas sensíveis ou com histórico de doença do refluxo gastroesofágico (DRGE), comer frutas cítricas ou tomate à noite pode intensificar os sintomas, enquanto frutas menos ácidas e em pequenas porções tendem a ser mais seguras.
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Quais alimentos evitar e quais priorizar no lanche noturno
Na hora de pensar em um lanche antes de dormir, alguns grupos de alimentos merecem atenção especial. Além das frutas cítricas e do tomate, alimentos muito gordurosos, frituras, embutidos e refeições muito condimentadas tendem a permanecer mais tempo no estômago, favorecendo a azia e o refluxo, assim como bebidas cafeinadas.
Para facilitar a escolha, é útil conhecer exemplos de opções geralmente melhor toleradas e de alimentos que costumam ser desencorajados imediatamente antes de deitar, sempre considerando a tolerância individual e o tamanho das porções. A lista a seguir reúne sugestões de lanches noturnos e itens que vale evitar para um sono mais tranquilo:
- Porção pequena de iogurte natural com baixo teor de gordura;
- Uma fatia de pão integral com pouco queijo branco;
- Um punhado controlado de oleaginosas (como castanhas ou nozes), sem excesso;
- Leite morno desnatado, quando bem tolerado;
- Frutas menos ácidas, como banana ou pera, em porções moderadas;
- Evitar frutas cítricas, frituras, refrigerantes com cafeína, doces muito açucarados e grandes quantidades de chocolate antes de dormir.
Para aprofundar ainda mais o tema, selecionamos o vídeo do Dr. Alain Dutra no YouTube, onde ele explica os alimentos que devem ser evitados e as razões dessa escolha:
Como reduzir o refluxo noturno e melhorar o sono
Além da escolha dos alimentos, alguns cuidados simples de rotina podem ajudar a minimizar o refluxo noturno. Manter um intervalo entre a última refeição e o momento de se deitar, elevar levemente a cabeceira da cama e evitar deitar imediatamente após comer favorecem a gravidade a manter o conteúdo gástrico no estômago, contribuindo para um sono mais estável.
Algumas pessoas relatam melhora ao realizar refeições menores ao longo do dia, evitando grandes volumes de comida à noite. A prática regular de atividade física, o controle do peso corporal, a redução do tabagismo e do consumo de álcool também se associam a menor ocorrência de refluxo, sendo essencial buscar avaliação médica em casos de azia persistente, dor no peito ou tosse noturna frequente.








