A rúcula (Eruca sativa) é uma hortaliça valorizada tanto na culinária quanto na medicina popular, devido às suas propriedades medicinais e potencial terapêutico reconhecido em estudos recentes. Presente em dietas Mediterrâneas e rotinas fitoterápicas, esta planta tem despertado interesse por apresentar compostos bioativos relevantes à saúde.
Entre os principais efeitos curativos relatados estão:
- Ação antioxidante por meio de fitoquímicos protetores
- Propriedade anti-inflamatória associada a princípios ativos como glucosinolatos
- Estímulo digestivo e potencial hepatoprotetor
Essas características tornam a rúcula sativa um importante recurso natural para quem busca opções complementares de cuidado à saúde respaldadas pela ciência.
Como funciona a ação antioxidante da rúcula?
Os compostos fenólicos e flavonoides presentes na rúcula contribuem de forma significativa para a proteção celular contra radicais livres. Estes antioxidantes agem neutralizando moléculas reativas, reduzindo os danos ao DNA e apoiando a saúde metabólica, tema explorado por vários estudos farmacognósicos. Segundo pesquisa de Polge, C. e colaboradores, esta atividade está relacionada à manutenção do equilíbrio oxidativo em células humanas.
“As folhas da rúcula apresentam considerável potencial antioxidante, principalmente devido à presença de flavonoides, sendo que a atividade foi comprovada tanto por métodos químicos quanto biológicos.” (Polge, C. et al., 2019).
Além disso, trabalhos recentes utilizando técnicas analíticas avançadas reforçam que a composição antioxidante pode variar conforme o solo e as condições climáticas, o que abre espaço para estudos regionais mais aprofundados, especialmente em países como Brasil e Itália.
O que se sabe sobre a propriedade anti-inflamatória?
A atividade anti-inflamatória da Eruca sativa é atribuída aos seus derivados sulfurados, como os glucosinolatos. Durante a digestão, esses compostos se convertem em moléculas que ajudam a modular o processo inflamatório, coibindo a produção de marcadores inflamatórios importantes. As pesquisas destacam o papel desse mecanismo na prevenção de doenças crônicas, conforme relatado na obra de Francisco José de Abreu Matos.
“O consumo regular de folhas de rúcula auxilia na diminuição da resposta inflamatória, efeito relacionado à presença de glucosinolatos e seus metabólitos sulforados.” (Matos, Francisco José de Abreu. Farmacognosia: do produto natural ao medicamento, 2009).
Há também dados interessantes que sugerem potencial na redução de marcadores inflamatórios em modelos experimentais de colite, indicando benefício em quadros de inflamação intestinal.

Rúcula realmente ajuda na digestão?
As folhas de rúcula possuem compostos amargos e fibras solúveis que estimulam a produção de enzimas digestivas e facilitam o trânsito intestinal. Além disso, seu conteúdo em fitonutrientes contribui para a proteção das células hepáticas. Em estudo conduzido por Cartea, M. E. e colaboradores, foi observado que a ingestão regular desta hortaliça pode favorecer a função digestiva e atuar como adjuvante em quadros de desconforto gástrico.
“A ingestão de vegetais do gênero Eruca demonstrou estimular secreções digestivas e apresentar efeito protetor sobre o fígado, graças à sinergia de fibras e fitoquímicos específicos.” (Cartea, M. E. et al. v. 120, n. 1, p. 1-9, 2010).
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Como preparar e consumir rúcula de forma consciente?
Para preservar os principais compostos bioativos da rúcula, recomenda-se o consumo das folhas frescas em saladas ou o preparo em infusões rápidas, evitando o cozimento prolongado. O uso frequente na alimentação pode potencializar os efeitos protetores descritos, aliado a uma dieta equilibrada e controle de fatores de risco. É fundamental variar a forma de consumo e, em casos de uso medicinal, buscar orientação adequada de profissionais habilitados.
Estudos mostram que ao utilizar métodos de preparo como vapor ou refogado rápido, a perda de glucosinolatos diminui em comparação ao cozimento prolongado, o que é recomendado especialmente para quem consome rúcula em dietas funcionais.
Há comprovação científica dos benefícios da rúcula?
- As propriedades antioxidantes e anti-inflamatórias da planta foram demonstradas em estudos de larga escala, com resultados robustos em ensaios laboratoriais.
- Seus efeitos positivos na digestão são respaldados por pesquisas que relacionam os fitoquímicos da rúcula à melhora do funcionamento hepático e intestinal.
- Referências acadêmicas de peso, como Farmacognosia de Francisco José de Abreu Matos e revisão recente de Polge, C. et al., fundamentam o uso tradicional e apontam caminhos para estudos futuros.
- Pesquisas realizadas em diferentes centros, como Universidade de Fortaleza (UFC) e também instituições na Europa, vêm destacando o potencial de aplicação clínica da rúcula.
Referências bibliográficas
- Cartea, M. E.; Francisco, M.; Soengas, P.; Ordás, A. Phytochemical and health-promoting characteristics of Brassica leafy vegetables. Food Chemistry, v. 120, n. 1, p. 1-9, 2010.
- Matos, Francisco José de Abreu. Farmacognosia: do produto natural ao medicamento. 6. ed. Fortaleza: Editora UFC, 2009.
- Polge, C.; Marechal, P.; Simonnet, M. et al. Antioxidant capacities of Eruca sativa extracts and influence of growth conditions. Journal of Food Science and Technology, v. 56, p. 2631–2638, 2019.
- Raffo, A.; Lagana, C.; D’Aquino, M. et al. Effect of thermal treatments on antioxidant capacity and glucosinolate content in Eruca sativa Mill. leaves. Journal of Agricultural and Food Chemistry, v. 56, n. 20, p. 9305-9311, 2008.










