A Aspirina, um medicamento frequentemente associado ao alívio de dores e febres, tem um papel crucial no tratamento de pacientes após um infarto. Recentemente, um estudo conduzido por pesquisadores brasileiros foi apresentado no Congresso Europeu de Cardiologia, destacando a importância da Aspirina na prevenção de complicações graves em pacientes que sofreram um ataque cardíaco. Coordenado por especialistas do Hospital Israelita Albert Einstein, o estudo envolveu mais de 3,4 mil pacientes tratados em 50 hospitais no Brasil.
Os resultados mostraram que a manutenção da Aspirina, em combinação com um antiagregante plaquetário como o clopidogrel, oferece melhor proteção contra a formação de coágulos, recorrência de infartos e eventos graves como acidentes vasculares cerebrais (AVCs). Este uso combinado de medicamentos é uma prática padrão para pacientes que passam por angioplastia com a colocação de stent, um procedimento essencial para restaurar o fluxo sanguíneo em artérias bloqueadas.
Por que é importante continuar usando Aspirina após um infarto?
Embora novos antiagregantes sejam mais potentes, o estudo revelou que a Aspirina ainda desempenha um papel vital quando utilizada junto com outro antiagregante. Os pacientes que pararam de tomar Aspirina apresentaram mais complicações graves, incluindo a necessidade de novas intervenções médicas. A combinação de medicamentos é fundamental para minimizar o risco de trombose no stent, um dos problemas pós-angioplastia mais temidos.

Quais são os riscos e benefícios do uso prolongado de Aspirina?
Um dos argumentos contra o uso prolongado da Aspirina é o aumento do risco de sangramentos. De fato, o estudo observou que a interrupção da Aspirina reduz a taxa de sangramentos de 4,9% para 2%. No entanto, essa redução no risco de sangramento foi acompanhada por um aumento significativo em eventos cardíacos graves quando a Aspirina foi removida do regime de tratamento. O equilíbrio entre risco e benefício ainda favorece o uso da aspirina em muitos casos, principalmente no período inicial após o infarto.
Qual a influência do estudo brasileiro em políticas de saúde?
O reconhecimento internacional do estudo, que será publicado no respeitado New England Journal of Medicine, destaca o potencial impacto deste trabalho na formulação de políticas de saúde globais. Estudos bem conduzidos como este não só aprimoram os cuidados de saúde no Brasil, mas também podem influenciar protocolos médicos em todo o mundo. Este avanço reafirma a importância de uma abordagem cuidadosa e baseada em evidências para o tratamento de infartos.
Para especialistas, o aprendizado desta pesquisa enfatiza a combinação de medicamentos tradicionais com alternativas modernas. A Aspirina, apesar de antiga, continua a ser um componente valioso no cuidado cardíaco. Assim, a pesquisa brasileira oferece dados concretos que podem guiar decisões médicas e políticas de saúde, beneficiando pacientes globalmente ao balancear a eficácia do tratamento com os riscos potenciais.
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Dra. Anna Luísa Barbosa Fernandes
CRM-GO 33.271








