Trabalhar em um ambiente de alta rotatividade pode oferecer desafios significativos para aqueles que permanecem em seus Empregos por um longo tempo. O foco geralmente é dado para aqueles que buscam novas oportunidades ou enfrentam dificuldades em seus trabalhos, mas pouca atenção é conferida aos impactos sentidos por aqueles que escolhem permanecer. Este artigo busca explorar as experiências dos empregados que ficam, com destaque para a invisibilidade percebida e os impactos psicológicos envolvidos.
O que significa ser invisível no ambiente de trabalho?
No contexto corporativo, funcionários que permanecem por longos períodos podem tornar-se “invisíveis”. Enquanto novos colaboradores são recebidos com entusiasmo e despedidas são marcadas por cerimônias de despedida, aqueles que permanecem recebem pouca atenção ou reconhecimento contínuo.
Essa invisibilidade pode ter consequências emocionais significativas, segundo especialistas em comportamento organizacional. O sentimento de desvalorização pode se acumular ao longo do tempo, levando a uma condição que a psicóloga Pauline Boss descreve como perda ambígua. Este tipo de luto não resolvido resulta de ausências não dramáticas, mas persistentes, que levam à exaustão mental e emocional.
Síndrome do sobrevivente: um desafio para quem permanece
A “síndrome do sobrevivente” é um termo psicológico frequentemente associado a pessoas que permanecem após demissões em massa ou reestruturações. No entanto, esse fenômeno também pode ocorrer em situações de rotatividade comum, onde ver os colegas progredirem cria um espaço de arrependimento ou dúvida.
A questão do “e se” começa a predominar: será que ficou o tempo certo nesse emprego? Esse sentimento de dúvida pode ser exacerbado quando a pessoa percebe que a memória organizacional está se perdendo, enquanto ela continua a operar em sistemas que os novos membros desconhecem.
Como encontrar propósito novamente?
Permanecer em um emprego ruim não deve ser um ato passivo, mas muitas vezes se torna quando não revisitamos nossas razões para continuar. Encontrar um novo propósito pode ser facilitado por estruturas como a teoria do fluxo de Mihaly Csikszentmihalyi, onde um estado de profundo engajamento é atingido quando os desafios estão à altura das habilidades.

Ao longo do tempo, o desafio é essencial para evitar que o trabalho se torne excessivamente familiar e rotineiro. A introdução de novas responsabilidades, mentoria de novos colaboradores ou redefinição de papéis são formas de reavivar o engajamento e tornar a experiência significativa.
Quando é hora de partir?
Por vezes, continuar em um emprego ruim deixa de ser benéfico, mesmo com os melhores esforços para encontrar significado em suas funções. Quando o contrato psicológico, ou a expectativa entre o que se dá e o que se recebe, parece quebrado, seguir adiante pode ser a decisão mais honesta.
Essa escolha não apaga a contribuição já feita, mas reconhece que Empregos e pessoas evoluem, e que a adaptação pode ser a resposta mais adequada. Permanecer ou partir não deve ser uma decisão de desespero, mas de consciência, onde autoestima e clareza psicológica são fundamentais.
Portanto, a decisão de ficar em um cenário de alta rotatividade deve ser baseada na intenção e no desejo de adaptação. Compreender e redefinir seu papel, ao mesmo tempo que reconhece as próprias necessidades pessoais e profissionais, pode transformar a permanência em um ato de intenção e não de estagnação.
Entre em contato:
Dra. Anna Luísa Barbosa Fernandes
CRM-GO 33.271










