Nos últimos anos, a Saúde Mental tem ganhado crescente atenção, especialmente diante da necessidade urgente de identificar e tratar casos críticos a tempo. A cada 45 minutos, uma vida é interrompida no Brasil em razão do suicídio, afetando especialmente jovens entre 15 e 29 anos. Este é um reflexo da complexa crise de Saúde Mental que se manifesta tanto nos elevados índices de atendimentos de emergência quanto na crescente dificuldade das redes públicas em oferecer suporte adequado. Setembro Amarelo, uma campanha de conscientização, sobressai-se ainda mais em 2025, enfatizando a importância de se falar abertamente sobre Saúde Mental.
Muitas vezes, o sofrimento psíquico é sutileza disfarçada de silêncio ou retraimento, tornando-se invisível à primeira vista. É imperativo que a sociedade entenda a Saúde Mental não como um problema individual, mas como uma responsabilidade coletiva que requer cuidado e escuta atentos. Crises emocionais severas raramente são abruptas; elas se acumulam ao longo do tempo, escondendo-se por trás de expressões como “estou apenas cansado” ou “não quero incomodar.” Tais sinais, que costumam parecer inofensivos, podem mascarar um sofrimento interno que merece atenção desde os primeiros indícios.

Quais são os sinais de alerta na Saúde Mental?
Identificar quando o sofrimento psíquico atinge um nível crítico é desafiador, pois os sinais variam entre os indivíduos. No entanto, algumas mudanças comportamentais comuns incluem isolemento contínuo, alterações nos padrões de sono, perda de interesse por atividades usualmente prazerosas e crises frequentes de irritabilidade ou tristeza inexplicável. Ouvir com atenção desabafos desanimadores, como “não aguento mais”, é crucial, pois podem indicar uma dor silenciosa intensificando-se ao ponto do risco. Em adolescentes, a automutilação e mudanças drásticas de humor são frequentes, enquanto adultos podem apresentar dores inexplicadas ou negligência com a saúde, dificultando o reconhecimento do problema.
Quando considerar a emergência em Saúde Mental?
A emergência em Saúde Mental ocorre em situações onde há ameaça direta à integridade física, seja da própria pessoa ou daqueles ao seu redor. Sintomas críticos incluem tentativas ou ameaças de suicídio, surtos psicóticos, agressividade intensa, comportamento autolesivo ou alucinações severas. Nessas situações, a hospitalização emergente é fundamental. Manter a calma e assegurar que a pessoa não permaneça sozinha é essencial até que a assistência médica especializada possa ser solicitada. Contatar serviços como o SAMU, através do número 192, é um passo crucial ao lidar com essas emergências.
Qual é a importância do atendimento especializado?
Não se pode subestimar a gravidade dos quadros clínicos de emergência em Saúde Mental. Eles exigem intervenção profissional imediata, semelhante à resposta que se requer em casos de emergências físicas, como infarto ou fraturas. O tempo de resposta e a qualidade do atendimento são determinantes nos desfechos desses eventos. Assim, serviços médicos capacitados para oferecer contenção segura e acolhimento adequado são vitais para a introdução correta do tratamento e estabilização do paciente.
Neste cenário, é essencial não apenas tratar os casos emergenciais, mas também buscar ativamente métodos de prevenção e conscientização que permitam abordar os sinais iniciais de forma eficaz. Transformar a Saúde Mental em prioridade social significa abrir espaço para diálogos francos, prevenir o agravamento de casos e, acima de tudo, salvar vidas. Portanto, campanhas como o Setembro Amarelo são fundamentais não apenas pela conscientização, mas por promover cultura de apoio e solidariedade frente a estes desafios silenciosos.
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Dra. Anna Luísa Barbosa Fernandes
CRM-GO 33.271









