Motorista embriagado que matou dois garis atropelados é solto

Segundo decisão judicial, prisão preventiva não se aplica em casos de homicídio culposo, isto é, sem intenção de matar. Decisão foi tomada na manhã desta sexta-feira (7/8)

Tainá Seixas
postado em 07/08/2020 20:12 / atualizado em 07/08/2020 20:13
 (crédito: Reprodução/Redes sociais)
(crédito: Reprodução/Redes sociais)

O Tribunal de Justiça do Distrito Federal (TJDFT) determinou a soltura de Josué Alexandro Reis, homem que matou garis atropelados na quarta feira (5/8), em Sobradinho. O homem de 40 anos foi liberado sem fiança, com a condição de que ele compareça a todos os atos do processo.

Na audiência de custódia, a juíza determinou que não há previsão de prisão preventiva em caso de homicídios culposos, isto é, sem intenção de matar. Apesar do delegado responsável pelo caso tê-lo indiciado com duplo homicídio praticado por dolo eventual, o Ministério Público do Distrito Federal e Territórios (MPDFT) alterou a denúncia para homicídio culposo.

A magistrada observou, na decisão, que "o caso é lamentável e a conduta causou consequências gravíssimas, tendo em vista o autor do fato ter atingido dois trabalhadores que vieram a óbito”. Apesar disso, por ser réu primário, com bons antecedentes e sua prisão preventiva não ser prevista, segundo a lei, determinou que ele fosse solto.

Com a liberdade provisória, concedida sem fiança, Josué deve comparecer a todos os atos do processo, manter seu endereço residencial atualizado e está proibido de se ausentar do Distrito Federal.

Relembre o caso

O motorista dirigia em alta velocidade, por volta das 23h45 de quarta-feira, na BR-020, quando atingiu dois ciclistas e, em seguida, capotou o veículo, pouco antes da meia-noite. Quando os bombeiros chegaram, as vítimas, Ilda Barbosa de Sousa, 52 anos, e Anísio de Sousa Lopes, 48, ainda estavam vivos. Mas, com a gravidade dos ferimentos, não houve tempo para levá-los ao hospital.

De acordo com relatos, as vítimas foram arremessadas a 100m com a colisão. Ilda e Anísio eram funcionários da Valor Ambiental e voltavam para casa pedalando após a varrição de rua, em Sobradinho. Anísio deixou três filhos órfãos: um de 10 anos, outro de 8 e o caçula, de 5 anos.

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