Decisão

Justiça determina que GDF pague indenização a jovem esfaqueado em bloco pré-carnavalesco

Matheus Barbosa Magalhães, de 18 anos, foi esfaqueado na noite de 8 de fevereiro deste ano, na área externa do Museu Nacional da República, durante um arrastão

O Tribunal de Justiça do Distrito Federal e dos Territórios (TJDFT) determinou que o GDF pague indenização no valor de R$ 100 mil à família do jovem assassinado em durante o bloco pré-carnavalesco Quem chupou vai chupar mais. Matheus Barbosa Magalhães, de 18 anos, foi esfaqueado na noite de 8 de fevereiro deste ano, na área externa do Museu Nacional da República. A determinação, a qual o Correio teve acesso em primeira mão, foi assinada nesta segunda-feira (14/9), pelo juiz substituto da 3ª Vara da Fazenda Pública do DF, Pedro Oliveira de Vasconcelos. 

O magistrado também determinou que o GDF arque com as despesas do funeral e cemitério, no valor de R$ 6.097,88. "É imprescindível que, em casos tais, o Estado assuma o seu dever de fiscalizar, de forma a assegurar a incolumidade física e patrimonial dos foliões. Ao saber da realização do evento sem a necessária licença, o ente público deveria prontamente proibi-lo ou, quando menos, providenciar destacamento policial adequado à sua dimensão", ressaltou o juiz. 

A defesa da família, representada pelo advogado Renato Araújo, entrou com processo por acreditar que o evento, sem alvará e sem segurança, deveria ter sido impedido pelo GDF. Na noite do crime, cerca de 100 mil pessoas compareceram à festa. Segundo o advogado, “a decisão foi acertada, pois o Distrito Federal foi omisso por não ter impedido a realização de evento mesmo sem alvará". "Nada vai trazer de volta o filho do autor da ação, todavia uma decisão judicial favorável traz certa sensação de Justiça”, descreveu Araújo.

O Correio entrou em contato com o GDF e aguarda retorno.

O caso 

Matheus Barbosa Magalhães morreu após ser esfaqueado no bloco pré-carnavalesco Quem chupou vai chupar mais. Ele foi atingido por duas facadas, uma no tórax e outra na cabeça, durante um arrastão. À época, o Correio conversou com amigos do jovem, que estavam com ele no bloco. Eles relataram que, quando chegaram à festa, encontraram Matheus com um outro grupo de amigos, ficaram com ele por um tempo, mas depois se dispersaram.

Os colegas contaram, ainda, que após um tempo, mais de 20 homens chegaram abordando a multidão, recolhendo celulares e carteiras.

Matheus morava com a mãe, a avó e o irmão de 12 anos. Ele trabalhava como barbeiro havia pouco mais de dois meses em um salão da Asa Norte e, nos horários vagos, prestava os atendimentos na própria casa, nos Jardins Mangueiral.

O jovem foi velado e enterrado em 10 de fevereiro, no Cemitério Campo da Esperança.