Investigação

Mais um homem procura a polícia para denunciar estuprador do Parque

O denunciante informou aos policiais que, em 9 de setembro deste anos, estava no Parque da Cidade, quando conheceu o autor e ele lhe ofereceu a droga. O homem relatou que acordou desnorteado e saiu dirigindo a moto, sem rumo, até que caiu do veículo em Samambaia

Darcianne Diogo
postado em 13/10/2020 15:39 / atualizado em 13/10/2020 15:40
O acusado cometia crimes na região central de Brasília, alguns no Parque da Cidade, e em Planaltina, onde morava -  (crédito: PCDF/Divulgação)
O acusado cometia crimes na região central de Brasília, alguns no Parque da Cidade, e em Planaltina, onde morava - (crédito: PCDF/Divulgação)

O total de vítimas do estuprador do Parque chega a 13, segundo a Polícia Civil do Distrito Federal (PCDF). Nesta terça-feira (13/10), um homem, de 27 anos, procurou a 1ª Delegacia de Polícia (Asa Sul) para denunciar João Batista Alves Bispo, 41. A vítima relatou que foi dopada pelo acusado pela substância química "Boa Noite, Cinderela"

João Batista, que trabalhava como cozinheiro em um restaurante da 405 Sul, está preso e responderá pelos crimes de roubo, estupro de vulnerável e homicídio. Segundo as investigações, o homem deu início à prática dos crimes em 2008. O alvo do estuprador eram homens, com idades entre 25 e 40 anos, de acordo com a apuração policial. Em três casos, as vítimas foram adolescentes. 

O denunciante informou aos policiais que, em 9 de setembro deste ano, estava no Parque da Cidade, quando conheceu o autor e ele lhe ofereceu a droga. O homem relatou que acordou desnorteado e saiu dirigindo a moto, sem rumo, até que caiu do veículo em Samambaia. A vítima teve o aparelho celular furtado pelo criminoso e diz não saber se sofreu estupro. 

Nesta sexta-feira (9/10), um jovem de 22 anos também procurou a delegacia para denunciar o acusado. A vítima, que trabalha em uma lanchonete na mesma quadra onde o cozinheiro atuava, diz ter sido atraída pelo estuprador com a promessa de emprego. O autor, então, lhe ofereceu refrigerante e, dentro da bebida, despejou o "Boa Noite, Cinderela". O homem contou que só se recordou da conversa e acordou em uma padaria, localizada no Gama.

Ação

Diligências da polícia revelaram que João Batista operava de maneira parecida: ele misturava a substância química “Boa Noite, Cinderela” — droga que causa amnésica, sonolência, inconsciência, alucinações e vômitos, impossibilitando a pessoa de discernir o que é certo e o que é errado — nas bebidas das vítimas, normalmente em vinho, e as entregava. Desacordados, os homens eram estuprados e tinham os pertences subtraídos. Em um dos casos, um rapaz de 30 anos, morador da Asa Norte, foi encontrado morto no Castelinho do Parque da Cidade. A causa do óbito foi overdose. “O autor utilizou o celular da vítima por alguns meses e o tênis e foi encontrado na casa do autor”, disse o delegado.

O estuprador iniciou os ataques em 2008, em Planaltina. A vítima era um adolescente de 16 anos e relatou à polícia que pediu ajuda do cozinheiro para realizar uma mudança de móveis do apartamento. Dentro do imóvel, o acusado teria agredido e abusado sexualmente da vítima. Durante o depoimento, o rapaz disse que, à época, sentiu medo em denunciá-lo. Dois anos depois, um homem caminhava pelo Estacionamento 3 do Parque da Cidade, quando sofreu a tentativa de estupro por parte do autor. Ele, no entanto, reagiu e fugiu.

Em 2013, o acusado ofereceu R$ 1 mil para ter relações sexuais com um jovem de 18 anos, diagnosticado com transtorno mental, também em Planaltina. A mãe do menino descobriu o assédio e denunciou o caso à polícia.

Segundo as investigações, o cozinheiro só começou a usar o “Boa noite, Cinderela” para dopar os homens em 2017. A primeira vítima também foi um jovem de 18 anos. A 16ª Delegacia de Polícia (Planaltina) instaurou um inquérito, entretanto, a vítima renunciou e não quis dar prosseguimento ao processo. João Batista responderá pelos crimes de roubo, estupro de vulnerável e homicídio. Caso seja condenado, poderá pegar até 30 anos de prisão.

Denuncie

A polícia pede para que, quem reconhecer João Batista como autor de outros crimes, denuncie à PCDF pelo telefone 197.


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