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Empresários tentam chegar a um acordo com o GDF sobre fechamento da W3

Empresários reuniram-se com o secretário de Empreendedorismo, Mauro da Mata, para discutir sobre abertura da avenida aos domingos e feriados. Lojistas vão elaborar um documento oficial e entregar ao titular da pasta no próximo dia 23

Thais Umbelino
postado em 15/10/2020 06:00 / atualizado em 15/10/2020 16:54
 (crédito: Minervino Júnior/CB/D.A Press)
(crédito: Minervino Júnior/CB/D.A Press)

O secretário de Empreendedorismo, Mauro da Mata, reuniu-se, ontem, com representantes de supermercados da W3 Sul e de outros segmentos do setor produtivo para discutir a respeito do fechamento aos domingos e feriados de uma das avenidas mais tradicionais do Distrito Federal. Da conversa foi criado um grupo de trabalho para receber todas as demandas, inclusive das associações de moradores da W3 Sul, que será entregue em reunião marcada para a próxima semana, em 23 de outubro. Depois o secretário encaminhará o documento ao governador Ibaneis Rocha (MDB), para decisão sobre a reabertura. “Estamos trabalhando para que nem um dos lados seja prejudicado”, afirmou o secretário.

A reunião foi marcada após empresários da W3 Sul relatarem uma queda considerável nas vendas desde o fechamento das vias para área de lazer, em 11 de junho. “De acordo com os comerciantes de supermercado da região, neste último fim de semana e durante o feriado (de Nossa Senhora de Aparecida) houve uma queda de 50% nas vendas”, apontou o vice-presidente do Sindicato do Varejo do Distrito Federal (Sindivarejista), Sebastião Abritta.

Entre as sugestões do Sindivarejista está a abertura de algumas passagens da avenida com objetivo de abrir mais acesso para fluxo do trânsito em algumas regiões. Outra alternativa é a continuidade da revitalização (Veja em Andamento) na região. “Esse processo garante mais segurança e atrai os moradores a comprarem no local. Também podemos pensar em um comércio dividido por setores, para impulsionar aquelas lojas que estão mais paradas”, sugeriu Abritta. “A nossa colocação é que já temos outras áreas abertas para lazer, que na época da decisão estavam suspensas devido à pandemia”, acrescentou o presidente do Sindicato dos Supermercados do Distrito Federal (Sindsuper-DF), Gilmar Pereira.

Para o presidente da Câmara de Dirigentes Lojistas do Distrito Federal (CDL-DF), José Carlos Magalhães Pinto, manter um diálogo com o governo é importante para garantir uma mudança na ocupação da W3 Sul a longo prazo. “O GDF sempre esteve aberto a ouvir os setores sobre a W3 Sul, tanto que está investindo na revitalização do espaço. Essas discussões são importantes para garantir uma transformação no local.

Resgate

O resgate ocupacional da W3 Sul é um assunto bastante discutido entre profissionais da área. De acordo com o arquiteto e urbanista Daniel Mangabeira, atualmente presidente do Conselho de Arquitetura e Urbanismo do DF (CAU-DF), a revitalização e fechamento do local nos domingos e feriados ajuda na ocupação pela população do local, mas não resolve totalmente a questão. “Não dá pra pensar em algo a curto prazo. É necessário pensar em propostas que envolvam a sociedade”, disse. Para ele, o fechamento da avenida também deve ser repensado. “O bloqueio total faz com que os acessos para a área residencial sejam restritos. Por isso, acredito que o governo deveria pensar em outros acessos que cruzam a via para que o trânsito não fique prejudicado”, apontou o especialista.

O professor da Faculdade Arquitetura e Urbanismo da Universidade de Brasília (UnB) Márcio Buzar defende a tentativa de um resgate cultural no local com o fechamento da W3 Sul. “Esse menor fluxo de carros na região possibilita um maior encontro entre as pessoas e, consequentemente, uma convivência. Faz com que os moradores do local se conheçam, por exemplo”, observou. “Essa ocupação de pedestres e ciclistas é uma tendência mundial e pode ajudar a W3 a retomar a importância na cidade”, acrescentou Márcio.

Contudo, o professor acredita que o fechamento da avenida requer uma discussão aprofundada entre o governo, comerciantes e moradores do local. “Precisa-se de bastante diálogo, mas acredito que ao longo do tempo, isso seja positivo até para a questão do comércio, porque a tendência é de que o local volte a ser habitado”, avaliou.

Andamento

Quadras prontas:
• 509/510/511 e 512 Sul

Quadras em andamento (em obras):
• 513 e 514 Sul

Próximas licitações para as quadras:
• 502 a 508 Sul e 515/516 Sul

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