Sistema prisional

Presos da Papuda perfuram teto de cela, mas fuga é frustrada

A cela na qual o teto foi danificado pelos presidiários precisou ser interditada para perícia criminal. Os internos foram recolocados em outros espaços do presídio

Darcianne Diogo
postado em 26/10/2020 22:10
 (crédito:  Marcelo Ferreira/CB/D.A Press           )
(crédito: Marcelo Ferreira/CB/D.A Press )

Detentos lotados no Centro de Detenção Provisória I (CDP I), no Complexo Penitenciário da Papuda, perfuraram o teto de uma das celas da Ala B do Bloco II, neste domingo (25/10). A nova tentativa de escape ocorre em menos de 15 dias da maior fuga registrada no sistema prisional do DF em 10 anos, onde, em 14 de outubro, 17 presos fugiram da unidade.

Segundo a Secretaria de Administração Penitenciária (Seape-DF), a cela na qual o teto foi danificado pelos presidiários precisou ser interditada para perícia criminal. Os internos, no entanto, foram recolocados em outros espaços do presídio. A pasta informou, ainda, que ocorrências policiais e administrativas foram abertas pela direção do CDP I.

No sábado, uma outra situação evidenciou as falhas no sistema prisional da capital. Policiais penais encontraram, durante vistoria realizada na Ala C do Bloco II do CDP I, pedaços de barra de ferro e garrafas plásticas contendo material artesanal — geralmente utilizado para camuflar buracos em paredes e tetos. Os objetos são retirados da própria estrutura das celas, comprovadamente antigas e inadequadas à custódia dos presos.

A Seape esclareceu que instaurou um Procedimento Apuratório Preliminar (PAP) para investigar as circunstâncias envolvendo as duas situações. “Para aumentar a segurança no CDP I, a Administração Penitenciária determinou o reforço das equipes de plantão na unidade prisional por meio do Serviço Voluntário Gratificado (SVG), principalmente no horário noturno, bem como a realização constante de revistas na estrutura física das celas e pátios. Rondas internas e externas também foram reforçadas com o apoio da Diretoria Penitenciária de Operações Especiais (Dpoe)”, afirmou o órgão, por meio de nota oficial.

Fuga

A maior fuga dos últimos 10 anos no sistema prisional do DF aconteceu na madrugada de 14 de outubro. Com o auxílio de uma espécie de faca artesanal produzida pelos próprios presos, 17 internos cavaram, por quatro dias, um buraco no telhado.

Até a última atualização desta reportagem, dos 17 foragidos, 13 haviam sido recapturados. As forças de segurança procuram, ainda, por: Carlos Cauan da Silva Campos; Gabriel Nathan da Rocha Bessio; Lucas Caldeira da Silva e Wanderson da Silva Santos.

Os 17 internos fugiram pelo teto do CDP durante a madrugada. Câmeras do circuito interno de segurança gravaram o momento em que os detentos saíram por um buraco e desceram o prédio com o auxílio de uma corda formada por panos, conhecida pelos custodiados como “tereza”. As buscas tiveram início, ainda, durante a madrugada do dia 14, e são realizadas pela Diretoria Penitenciária de Operações Especiais (DPOE), além das polícias Militar, Civil e Rodoviária. A Secretaria de Administração Penitenciária abriu um procedimento interno para apuração da fuga e da origem da faca artesanal utilizada pelos detentos para cavar o teto.

Falhas


O CDP I é um dos presídios mais velhos da Papuda. Fundado em 1973, a unidade abriga 3.409 detentos, mas tem capacidade para 1.679, segundo a Secretaria de Administração Penitenciária do DF (Seape). Os internos que fugiram do presídio estavam lotados na Cela 4, da Ala C, do Bloco 1.

A Seape esclareceu, ainda, que aguarda a liberação dos seis blocos do Centro de Detenção Provisória II (CDP II) e autorização da Vara de Execuções Penais (VEP-DF) para realizar a transferência de todos os reeducandos do Bloco I, do CDP I, para a nova unidade.

Com os quatro novos CDPs, após a inauguração completa da obra, serão disponibilizadas 3,2 mil novas vagas, com 16 módulos de vivência — como são chamados os pavilhões — mais modernos e com capacidade para 200 reeducandos, cada um.

 

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