O sagui do tufo preto encontrado morto em um condomínio do Jardim Botânico, em 9 de novembro, passou por exames para determinar se estava infectado pelo vírus causador da febre amarela. Contudo, como o animal já estava em avançado estado de decomposição, o resultado do laudo foi inconclusivo.
Por esse motivo, as amostras congeladas seguiram para Belém, capital do Pará, onde serão avaliadas pelo Instituto Evandro Chagas. Lá está o laboratório de referência nacional do Ministério da Saúde para o diagnóstico de febre amarela. O Correio procurou o Instituto Evandro Chagas a respeito do resultado do novo exame e aguarda resposta.
O professor responsável pelo Laboratório Regional de Diagnóstico para Febre Amarela em Primatas Não-Humanos do Ministério da Saúde e Universidade de Brasília (UnB), Márcio Botelho de Castro, explica que exames diferentes são feitos nos laboratórios. "O nosso teste é o patológico e imuno-histoquímica. Lá (no Evandro Chagas), eles farão a PCR, técnica ultrassensível para detectar se há ou não a presença do vírus." Ele explica que há locais no DF que fazem o teste, mas, como o laboratório de referência está no Pará, é necessário enviar as amostras para lá.
Apenas em 2020, Márcio conta que o laboratório analisou mais de 170 animais, dos quais apenas um teve resultado positivo para a febre amarela. Trata-se de outro sagui, encontrado em 5 de janeiro, em São Sebastião. No ano passado, mais de 250 primatas chegaram para análise, todos com negativa para o vírus. "Essa vigilância constante é sempre importante. A febre amarela tem mortalidade de até 50% e, embora exista a vacina, muitos deixam de se vacinar. Por isso temos que ficar de olho."
Vacinação
Depois da confirmação de que o macaco de São Sebastião estava com febre amarela, a Secretaria de Saúde deu início a ações de bloqueio vacinal na região administrativa. Equipes de imunização analisaram os cartões de vacina de 695 moradores, dos quais 384 precisaram receber mais uma dose.
A vacina contra a febre amarela faz parte do Programa Nacional de Imunizações (PNI) do Ministério da Saúde e está disponível, durante todo o ano, em todas as salas de vacina do Distrito Federal. Ela é aplicada em crianças a partir de nove meses, com reforço aos 4 anos de idade. Maiores de cinco anos até 59 anos devem receber apenas uma dose.
Proteção
Embora também sejam infectados pelo vírus da febre amarela, os macacos não transmitem para humanos. Eles funcionam como uma espécie de sentinela. A morte de um primata em determinada área é um dos indícios de circulação do vírus em regiões de mata e florestas e, portanto, um dos indicadores para a vigilância da doença.
Quem encontrar um macaco morto deve comunicar Diretoria de Vigilância Ambiental (Dival) pelo telefone 99269-3673 ou pelo e-mail zoonosesdf@gmail.com.
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