OBITUÁRIO

Morre o coronel Milton Córdova, ex-professor do Colégio Militar de Brasília

Militar morreu nove dias depois da mulher, Marilda Baeta Córdova. Casal estava hospitalizado desde 25 de dezembro e não resistiu às complicações provocadas pela covid-19

Luana Patriolino
postado em 27/01/2021 06:00
 (crédito: Reprodução/Redes sociais)
(crédito: Reprodução/Redes sociais)

Morreu, nessa terça-feira (26/1), aos 88 anos, o ex-professor do Colégio Militar de Brasília (CMB) coronel Milton Córdova. Ele estava internado no Hospital Madre Teresa, em Belo Horizonte, e não resistiu a complicações provocadas pela covid-19. O óbito do educador ocorreu nove dias depois de a mulher dele, Marilda Baeta Córdova, morrer devido ao mesmo problema. O casal estava hospitalizado desde 25 de dezembro.

Professor de matemática, Milton passou por colégios militares da capital mineira e de Manaus. Nascido em São Joaquim (SC), o coronel se formou na Academia Militar das Agulhas Negras (Aman) e foi destacado para atuar em todas as regiões do Brasil, em 1969. Em Brasília desde 1982, ele se tornou conhecido, principalmente, entre os alunos do CMB, onde lecionou até 1996.

  • Milton Córdova com a companheira, Marilda Baeta Córdova
    Marilda Baeta Córdova e Milton Córdova Reprodução/Redes sociais


Milton e Marilda estavam juntos havia 63 anos. As internações por causa da covid-19 aconteceram no dia do aniversário de casamento dos dois. "Eles se conheceram em Rezende, no Rio de Janeiro. Ele era da Aman, e minha mãe estava na cidade como aluna de enfermagem de uma escola católica. (Os dois) se encontraram em um evento entre cadetes da Aman e alunas desse colégio", conta Maristela Baeta, filha do casal.

Paralelamente à carreira militar, Milton começou a dar aulas de matemática. A matéria, segundo Maristela, era a segunda paixão do pai. Quando fomos para Manaus, ele fez um concurso para continuar a carreira, mas no Colégio Militar. Lá, foi a primeira atuação dele como chefe de ensino da cadeira dessa disciplina. A partir disso, começou a se projetar e fez fama por causa do jeito dele", conta a filha. "Crescemos ouvindo elogios ao militar que ele era. Ao compromisso, à seriedade e aos valores morais dele", completa Maristela.

Milton Córdova também foi atleta de tênis de quadra e campeão das Forças Armadas. "Como ele era muito transferido de estado, as delegações, quando chegava a épocas das olimpíadas militares, queriam tê-lo como atleta da equipe. Ele era muito bom e vencia quase tudo", recorda-se a filha.

Fã-clube

Desde 2017, a página do Facebook Coronel Córdova Colégio Militar (Fã-Clube) reúne ex-alunos e pessoas que conviveram com o professor. A ideia surgiu porque Milton costumava ser abordado por conhecidos na rua. "Em qualquer lugar do Brasil ou do exterior, sempre no meio da multidão, aparecia algum ex-aluno. Todos eles reconheciam meu pai, emocionavam-se e queria se aproximar", explica Maristela. "Com a notícia do falecimento dele e da minha mãe, a comoção está ainda maior", afirma.

  • Milton Córdova com estudantes do Colégio Militar de Brasília, onde lecionou
    Milton Córdova com estudantes do Colégio Militar de Brasília, onde lecionou Reprodução/Redes sociais

Nesta terça-feira (26/1), a família foi para Belo Horizonte, para tomar cuidar do sepultamento e prestar as últimas homenagens. Milton Córdova e Marilda Baeta Córdova deixam seis filhos, 14 netos e seis bisnetos.

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