COVID-19

Denúncias apontam furos em vacinação para profissionais da saúde

Em relatos enviados ao Correio, denunciantes afirmam que funcionários do Ministério da Saúde cedidos à secretaria e servidores em atendimento presencial em unidades administrativas não estão recebendo a vacina contra a covid-19

Caroline Cintra
Ana Isabel Mansur
postado em 04/02/2021 21:43 / atualizado em 04/02/2021 22:20
Correio recebeu denúncia de que servidores do Ministério da Saúde cedidos à Secretaria de Saúde do DF não estão sendo vacinados. Eles atuam na parte administrativa, dentro das unidades de saúde da rede.  -  (crédito: Ed Alves/CB/D.A Press)
Correio recebeu denúncia de que servidores do Ministério da Saúde cedidos à Secretaria de Saúde do DF não estão sendo vacinados. Eles atuam na parte administrativa, dentro das unidades de saúde da rede. - (crédito: Ed Alves/CB/D.A Press)

Apesar dos mais de 90 mil vacinados no Distrito Federal contra a covid-19, há relatos de que servidores da saúde não têm sido imunizados. O Correio recebeu denúncia de que servidores do Ministério da Saúde cedidos à Secretaria de Saúde do DF não estão sendo vacinados. Eles atuam na parte administrativa, dentro das unidades de saúde da rede.

"Não recebemos nenhuma explicação, só que não poderíamos receber a vacina, apenas em outra circunstância. É claro que não há interlocução entre o Ministério e a Secretaria. Estamos lidando diretamente com a doença. Ninguém quer privilégio, mas é um direito nosso", afirma um servidor que conversou com a reportagem sob a condição de anonimato.

O relato expõe que os servidores administrativos não cedidos têm sido imunizados normalmente e estima que são 600 funcionários cedidos na situação de não imunizados.

A determinação, segundo a denúncia, teria partido das Superintendências de Saúde Sul e Leste, que alegou que vacinação dos funcionários cedidos é de responsabilidade do ministério.

Outra denúncia enviada ao Correio descreve a situação em locais cujo trabalho tem sido presencial. Segundo o autor da denúncia, funcionários de secretarias e subsecretarias em que o atendimento presencial está suspenso — como a Fundação de Ensino e Pesquisa em Ciências de Saúde (Fepecs) e os núcleos de medicina do trabalho — estão sendo vacinados.

Servidores de outros locais em que o trabalho é presencial, como a Subsecretaria de Segurança e Saúde no Trabalho (Subsaúde), ligada à Secretaria de Economia, ainda não teriam começado a ser imunizados.

Resposta

Questionado sobre as denúncias, a Secretaria de Saúde respondeu, por meio de nota oficial, que uma "ampliação do público-alvo depende do número de doses que o Ministério da Saúde vai disponibilizar ao DF e de quando ocorrerá a entrega de nova remessa”.

A pasta informou, ainda, que aguarda a chegada de mais de 60 mil doses da vacina CoronaVac para ampliar a vacinação no DF. Os próximos contemplados serão idosos com idades entre 75 e 79 anos, uma população estimada em 38.595 pessoas, segundo a Companhia de Planejamento do Distrito Federal (Codeplan). Não especificou, porém, quando serão vacinados esses servidores que relatam terem sido excluídos da primeira etapa, mesmo fazendo parte da equipe de profissionais da saúde.

A secretaria informou ainda que a vacina está disponível para os seguintes públicos:

  • todos os profissionais ativos da rede pública de saúde;
  • profissionais que atuam nos hospitais particulares;
  • idosos acima de 80 anos;
  • idosos, pessoas com deficiência que vivem em instituições de internação e cuidadores que atuam nessas instituições;
  • indígenas que vivem em terras indígenas;
  • pacientes do home care SES-DF de alta complexidade, internados em casa, que são assistidos com suporte de ventilação mecânica;
  • pacientes internados em casa e acompanhados pelas equipes do Núcleo Regional de Atendimento Domiciliar (Nrad) da SES-DF e um cuidador por grupo familiar;
  • trabalhadores dos serviços de Atenção Pré-Hospitalar (APH): resgatistas do Corpo de Bombeiros Militar e outras instituições privadas que prestam os serviços.

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