Economia

Segundo o IBGE, DF tem a terceira menor inflação entre regiões do país

Levantamento do IBGE mostra que Brasília está atrás apenas de Belém (PA), onde os preços retraíram -0,03%, e de Goiânia (GO), cuja deflação foi de -0,17%.

Pedro Marra
postado em 09/02/2021 14:57 / atualizado em 09/02/2021 14:57
Em janeiro de 2021, inflação no DF foi de 0,05% -  (crédito: Ed Alves/CB)
Em janeiro de 2021, inflação no DF foi de 0,05% - (crédito: Ed Alves/CB)

Com inflação em 0,05% para o mês de janeiro de 2021, o Distrito Federal foi o terceiro entre as regiões pesquisadas pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatísticas (IBGE) que registrou a menor variação. Levantamento divulgado na tarde desta terça-feira (9/2) pela Companhia de Planejamento do Distrito Federal (Codeplan) mostra que Brasília está atrás apenas de Belém (PA), onde os preços retraíram -0,03%, e de Goiânia (GO), cuja deflação foi de -0,17%.

O DF superou o percentual apontado para o Brasil no mesmo mês, que foi de 0,25%, segundo o IBGE. A pesquisa revela também que o comportamento do Índice de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA) de Brasília em janeiro de 2021 ainda reflete a alta nos preços dos alimentos, que contribuíram com +0,20 pontos percentuais (p.p.) para o índice geral do mês devido ao aumento nos preços das carnes (+0,08 p.p.) e em itens como banana-prata (+0,03 p.p.), batata inglesa (+0,03 p.p.) e cebola (+0,02 p.p.).

Os grupos de despesas pessoais (+0,04 p.p.), artigos de residência (+0,03 p.p.), saúde e cuidados pessoais (+0,03 p.p.) e educação (+0,02 p.p.) também apresentaram alta. No caso dos grupos de habitação (-0,14 p.p.) e de vestuário (-0,06 p.p.), a influência da queda no preço da energia elétrica residencial (-8,01%) e da roupa feminina (-3,14%), respectivamente, contribuíram para que a inflação do período não fosse maior.

O índice, divulgado mensalmente, acompanha a variação dos preços de bens e serviços comprados pelo consumidor final e é o indicador oficial da inflação no país. A gerente Jéssica Milker, da Diretoria de Estudos e Pesquisas Socioeconômicas da Codeplan, analisa o resultado do IPCA e do Índice Nacional de Preços ao Consumidor (INPC) do DF: "Em janeiro, os alimentos voltaram a pressionar a alta dos preços na capital federal após terem acumulado uma variação positiva de 10,78% entre janeiro e dezembro de 2020. Esse comportamento exige certa atenção, pois impacta diretamente sobre as camadas de mais baixa renda e a sua persistência compromete o poder de compra da população, que acaba não tendo recursos para consumo de outros produtos”.

A gerente da Codeplan destaca que os itens que registraram maiores contribuições foram carnes (+0,08 p.p.), alimentação fora do domicílio (+0,06 p.p.) e tubérculos, raízes e legumes (+0,05 p.p.). “Por outro lado, itens como leites e derivados (-0,05 p.p.) e panificados (-0,01 p.p.) tiveram redução de preços, o que ajuda no orçamento familiar”, acrescenta.

INPC abaixo da média nacional

O Índice Nacional de Preços ao Consumidor registrou variação positiva de 0,09% para o DF, percentual que é o segundo menor entre as regiões pesquisadas e abaixo da média nacional, que foi de 0,27%. Vale destacar que ele se mantém acima do IPCA, ou seja, esse aumento se concentra naqueles produtos que possuem maior peso nas cestas de consumo das famílias de mais baixa renda. O INPC mensura a inflação para uma faixa salarial mais baixa da população brasileira (até 5 salários mínimos) que a do IPCA (até 40 salários mínimos).

Preços por renda no DF

Pela primeira vez, a Codeplan divulga a variação de preços para as diferentes classes sociais do Distrito Federal para evidenciar como a alta dos preços afeta as faixas de renda. Dividindo a população em quatro grupos, cada um com 25% do total das unidades de consumo da região, foi possível mostrar que aqueles com menor renda enfrentaram uma inflação maior ao longo de 2020 que a parcela de renda mais elevada. Segundo a pesquisa, esse desempenho se deve ao fato de a inflação ter sido impulsionada em 2020, principalmente, pelos grupos de produtos que possuem maior participação na cesta de consumo das famílias de menor renda.

Autor do estudo, o pesquisador Renato Coitinho, da Diretoria de Estudos e Pesquisas Socioeconômicas da Codeplan, ressalta que “o principal fator que estimulou a alta dos preços em janeiro de 2021 foi o aumento no preço dos alimentos, o mesmo que impulsionou a inflação ao longo de 2020, por isso continuamos observando uma pressão de preços mais forte sobre a parcela da população de menor renda no Distrito Federal.”

“No entanto, a redução do preço da energia elétrica deu um alívio para essa parte da população, de forma que, o índice geral, de acordo com o estudo, dos 25% mais pobres da capital federal observou uma deflação de 0,08%, enquanto que o dos 25% mais ricos verificou estabilidade (0,00%)”, explica.

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