Projeto

Horta comunitária no Setor Comercial Sul é destruída pela Novacap

Funcionários da empresa alegaram que o espaço, localizado no Centro de Atenção Psicossocial, "estava sujo"

Ana Maria da Silva
postado em 11/02/2021 14:08 / atualizado em 11/02/2021 14:25
A horta possuía árvores frutíferas, leguminosas, hortaliças e ervas medicinais -  (crédito: Ed Alves)
A horta possuía árvores frutíferas, leguminosas, hortaliças e ervas medicinais - (crédito: Ed Alves)

Uma horta comunitária cuidada por moradores de rua, no Setor Comercial Sul, foi destruída pela Companhia Urbanizadora da Nova Capital do Brasil (Novacap) na manhã de quarta-feira (10/2). Funcionários da empresa alegaram que o espaço, localizado no Centro de Atenção Psicossocial (CAPs) “estava sujo”.

A horta possuía árvores frutíferas, leguminosas, hortaliças e ervas medicinais. O local era mantido com a ajuda de voluntários do Coletivo Aroeira e do Instituto No Setor. O espaço recebia manutenção todas as terças-feiras.

De acordo com o Instituto No Setor, além de fornecer alimentos, a horta era utilizada na ressocialização de moradores em situação de rua. "Eles estão acabando com o alimento comunitário, além de um espaço terapêutico, de redução de danos e de criação de vínculos com os moradores. Era, inclusive, um local onde alguns deixavam de usar drogas e álcool para fazer o manejo da horta”, afirmou a organização não governamental, em nota.

Em nota, a Novacap disse ao Correio que é uma empresa executora, e “apenas cumpriu a solicitação da Polícia Militar do DF (PMDF), que pediu a remoção da horta para manter a segurança da população, já que o local estava servindo como ponto de esconderijo de armas e drogas”.

O Correio questionou a PMDF sobre o pedido feito à Novacap. Segundo a corporação, dados de inteligência e incidência criminal demonstraram que o local estava sendo utilizado para esconder drogas, facas e outros materiais para o cometimento de crimes. “Recentemente ocorreu um homicídio no local. Dessa forma, dentre outros fundamentos, a solicitação da PMDF, foi para que se evite o cometimento de crimes no local, a fim de resguardar o interesse coletivo, preservando vidas e garantindo a segurança de todos que frequentam o local”, ressalta.

No que tange à população de rua, a PMDF ressaltou que trata-se de trabalho conjunto dos órgãos do DF. “Inclui-se a Secretaria de Desenvolvimento Social, que já está fazendo o levantamento das pessoas e demandas na localidade”, pondera a instituição.

Notícias pelo celular

Receba direto no celular as notícias mais recentes publicadas pelo Correio Braziliense. É de graça. Clique aqui e participe da comunidade do Correio, uma das inovações lançadas pelo WhatsApp.


Dê a sua opinião

O Correio tem um espaço na edição impressa para publicar a opinião dos leitores. As mensagens devem ter, no máximo, 10 linhas e incluir nome, endereço e telefone para o e-mail sredat.df@dabr.com.br.

  • O local era mantido com a ajuda de voluntários do Coletivo Aroeira e do Instituto No Setor
    O local era mantido com a ajuda de voluntários do Coletivo Aroeira e do Instituto No Setor Foto: Divulgação/No Setor
  • Segundo a PMDF, dados de inteligência e incidência criminal demonstraram que o local estava sendo utilizado para esconder drogas, facas e outros materiais para o cometimento de crimes
    Segundo a PMDF, dados de inteligência e incidência criminal demonstraram que o local estava sendo utilizado para esconder drogas, facas e outros materiais para o cometimento de crimes Foto: Ed Alves
  • Funcionários da Novacap alegaram que o espaço, localizado no Centro de Atenção Psicossocial
    Funcionários da Novacap alegaram que o espaço, localizado no Centro de Atenção Psicossocial "estava sujo" Foto: Ed Alves
Os comentários não representam a opinião do jornal e são de responsabilidade do autor. As mensagens estão sujeitas a moderação prévia antes da publicação