A investigação The Walking Dead, da equipe de Coordenação de Repressão aos Crimes Patrimoniais (Corpatri), tenta identificar dois corpos enterrados no cemitério comunitário de Girassol, do município de Cocalzinho (GO). Inicialmente, a investigação considerava que a organização criminosa que vendia os chamados “kits mortes” apenas emitiam atestados falsos de óbito, mas, em depoimento, os acusados confessaram que dois corpos de pessoas desconhecidas foram enterradas no lugar das que conseguiram o atestado.
O delegado Erick Sallum, com os novos documentos obtidos, conseguiu prorrogar a prisão preventiva do grupo por cinco dias e pretende analisar as novas provas durante esse período. “Estamos em processo para tentar identificar os corpos enterrados no lugar dos dois que estão vivos. O dono da funerária que fez o procedimento não tinha nenhum tipo de controle. Não realizava arquivo do serviço prestado e recebia o em dinheiro. Por isso, não tem como rastrear quem foi o responsável por levar esses corpos para o local”, aponta Erick.
O delegado também pretende investigar cerca de 35 a 40 mortes que são consideradas suspeitas. A situação piora devido ao ambiente que Erick chama de “escabroso”. “Há um total descontrole nas funerárias. Chega ao ponto de os próprios familiares levarem os corpos dos supostos mortos e os atestados de óbito são emitidos apenas confiando na palavra desses parentes. Essa situação permite que criminosos levem pessoas mortas por causas ilegais e se declarem familiares delas. E isso acontece não apenas em Águas Lindas (GO), mas em outras cidades do Entorno”, explica.
Entenda a ação criminosa
O esquema de fraudes era mantido por um médico do DF com apoio do dono de uma funerária de Águas Lindas e dois funcionários do local. Os atestados falsos eram vendidos por cerca de R$ 10 mil. A operação recebeu o nome de The Walking Dead justamente em referência à série norte-americana na qual, em um mundo pós-apocalíptico, humanos tentam sobreviver lutando contra mortos-vivos, os zumbis.
Na última sexta-feira (5/3), a polícia havia cumprido cinco mandados de prisão, sendo quatro temporárias e uma preventiva.
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