Investigação

Assaltos em casas e violência: saiba como agia a facção Comboio do Cão

O grupo está envolvido em, pelo menos, dois roubos com restrição de liberdade, que tiveram repercussão no DF. Um deles foi o assalto em uma casa, na QNG 28 de Taguatinga. No outro, três homens armados se passaram por policiais federais para roubar uma residência no Conjunto 6, QL 6, do Lago Sul

Darcianne Diogo
postado em 23/04/2021 20:39 / atualizado em 23/04/2021 20:39
Em fevereiro, três homens armados se passaram por policiais federais para roubar uma casa no Conjunto 6 da QL 6 do Lago Sul -  (crédito: Material cedido ao Correio )
Em fevereiro, três homens armados se passaram por policiais federais para roubar uma casa no Conjunto 6 da QL 6 do Lago Sul - (crédito: Material cedido ao Correio )

A operação da Polícia Civil do Distrito Federal (PCDF) que levou ao cumprimento de sete mandados de prisão preventiva contra integrantes da maior facção da capital, o Comboio do Cão, nesta sexta-feira (23/4), encontrou um sofisticado esquema de roubos de residências. Bem articulado, o grupo se dividia em tarefas para praticar os assaltos em casas de Brasília, em especial em Taguatinga, Lago Sul e Lago Norte. Dois suspeitos estão foragidos.

As investigações começaram no ano passado, quando criminosos invadiram uma residência no Lago Norte e levaram diversos pertences da casa. O caso levou a polícia a descobrir que se tratava de uma organização criminosa, o Comboio do Cão. “Começamos a reunir informações de outras apurações e constatamos que os autores usavam do mesmo modus operandi para cometer os delitos, com restrições de liberdade e emprego de arma de fogo”, afirma o delegado à frente do caso, Tiago Carvalho, da 10ª Delegacia de Polícia (Lago Sul).

O que chamou a atenção dos investigadores foi a articulação do grupo para cometer os crimes. O delegado explica que todas as ações praticadas pela mesma organização eram previamente planejadas, bem como as residências, estudadas anteriormente. “Geralmente, os crimes contra o patrimônio são praticados com uma série de oportunidades, em que os criminosos percebem a vítima em situação de vulnerabilidade e, ali, se aproveitam. Mas, nesse caso, não”, frisa o investigador.

Roubos e prisões


O grupo está envolvido em, pelo menos, dois roubos com restrição de liberdade que tiveram repercussão no DF. Um deles foi o assalto em uma casa, na QNG 28 de Taguatinga, em janeiro. Dois homens invadiram a residência, enquanto outros três vigiavam a rua do lado de fora e passavam instruções para os que estavam no interior do imóvel.

Armados com uma pistola e um revólver, os criminosos renderam o dono da casa e o amarraram com um cinto. A mulher e a filha da vítima perceberam a movimentação e se trancaram no quarto. Segundo as investigações, a dupla buscava por um cofre na casa, mas não havia nenhum. As ameaças foram filmadas por um dos suspeitos. Os quatro foram presos após a chegada da Polícia Militar e da Polícia Civil.

PCDF deflagra operação contra facção criminosa Comboio do Cão
PCDF deflagra operação contra facção criminosa Comboio do Cão (foto: Divulgação/PCDF)

Em fevereiro, três homens armados se passaram por policiais federais para roubar uma casa no Conjunto 6 da QL 6 do Lago Sul. Um empresário chinês, um amigo e dois funcionários foram feitos reféns durante o assalto. Os criminosos fugiram levando seis relógios, duas pistolas, pepitas de ouro e um cofre com 20 mil dólares e 10 mil euros em espécie.

Na manhã de ontem, investigadores da 10ª DP cumpriram sete mandados de busca e apreensão, dois mandados de prisão preventiva, em Ceilândia, e cinco, no sistema prisional do DF. Além dessas, duas pessoas foram presas no Riacho Fundo. Entre os detidos, está uma mulher de 33 anos, que não teve a identidade revelada. “Tudo indica que a autuada se beneficiou dos bens subtraídos no assalto à casa do Lago Norte”, acrescenta o delegado.

Em celulares apreendidos pela polícia, foram encontradas imagens e vídeos da mulher ostentando dinheiro e arma de fogo. “Diferentemente de outros estados da federação, no Distrito Federal, não há o estabelecimento de facções criminosas, mas ainda assim, a Polícia Civil do DF continuará empreendendo esforços com o intuito de que as ações praticadas por integrantes destas organizações sejam reprimidas de maneira qualificada”, finaliza Tiago Carvalho.

 

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