CENÁRIO DE GUERRA

VÍDEO: grupo que morreu após confronto com a PMGO vivia em imóvel abandonado

Correio esteve no endereço ocupado pelos suspeitos e registrou detalhes do imóvel. Casa fica na região de Surubi, em Luziânia (GO). Marcas de bala nas paredes, manchas de sangue, além de roupas e sandálias espalhadas pelo chão revelam o que sobrou após tiroteio

Darcianne Diogo
postado em 29/04/2021 22:28 / atualizado em 29/04/2021 23:47
Disparos deixaram marcas por toda a parte -  (crédito: Darcianne Diogo/CB/D.A Press)
Disparos deixaram marcas por toda a parte - (crédito: Darcianne Diogo/CB/D.A Press)

Em uma área de mata distante cerca de 79km do centro de Brasília, o que sobrou da chácara onde sete homens morreram em confronto com a Polícia Militar de Goiás (PMGO), nesta quarta-feira (28/4), lembra um cenário de guerra. Sobraram apenas marcas de bala, manchas de sangue, além de roupas e sandálias espalhadas pelo chão.

O Correio esteve no local e, em vídeo (assista abaixo), registrou detalhes do imóvel abandonado, na região de Surubi, em Luziânia (GO). A troca de tiros ocorreu depois de policiais receberem uma denúncia anônima que informava sobre a instalação de um grupo fortemente armado na área.

A chácara fica escondida, afastada de outras fazendas da região. No portão, uma mensagem: "Proibida a entrada sem autorização". Na porta de entrada, há o que parece ser uma tentativa de intimidação de grupos rivais. "Você que está entrando aqui para roubar, eu vou te matar, seu maldito", diz o registro. Abaixo do texto, há o desenho de um demônio sorrindo.

As marcas de tiro nas paredes chamam a atenção: foram mais de 40 disparos espalhados por todo o imóvel, na área externa, nos cômodos e nas janelas. No chão, manchas de sangue e luvas usadas pelos peritos durante o trabalho. Números nas paredes também dão indicativos da atuação da Polícia Civil no local. 

A casa não tinha móveis, apenas um vaso sanitário e um guarda-roupas antigo. Os quartos tinham dois colchões no chão e, ao lado dos itens, encontravam-se malas com pertences dos suspeitos: roupas, sandálias, desodorante, sabão e escova de dente. Do lado de fora, um fogão improvisado e uma panela com arroz cozido. Em um balde, garrafas de refrigerante.

Confronto

Os suspeitos integram a facção Amigos do Estado (ADE), segundo a PMGO, e teriam chegado à chácara poucos dias antes. O denunciante contou à polícia sobre a instalação do grupo no imóvel, informado local exato e o que supostamente acontecia no local. Os militares montaram uma equipe de oito pessoas para formar um cerco na área, sem chamar a atenção do grupo.

As equipes deixaram os carros em áreas afastadas e caminharam até a casa. Responsável pela operação, o tenente Lucas Aguiar relatou que, ao ouvirem passos, os suspeitos teriam atirado contra a polícia. "Foram muitos disparos. Na hora, alguns correram e conseguiram fugir. Não tinha como (não revidar). Um policial nosso havia sido baleado na perna, e precisávamos proteger nossas vidas", afirmou.

O confronto deixou sete suspeitos mortos. A polícia apreendeu oito armas, sendo uma pistola equipada com um "kit rajada" — que permite disparos em sequência e em curto espaço de tempo —, uma pistola calibre .380, cinco revólveres .38 e uma arma longa, que no porta-malas de um dos carros encontrados no endereço. O veículo, um Sandero preto, havia sido roubado em Anápolis (GO). Os militares também encontraram máscaras de palhaço, uma balaclava e um bloqueador de sinal de satélite.

A reportagem entrou em contato com a Polícia Civil de Goiás (PCGO) para saber se há alguma investigação em aberto sobre o caso. A instituição informou que abrirá inquérito no Grupo de Investigação de Homicídios (GIH) de Luziânia.

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