Após receber mais 74.250 doses de vacinas contra a covid-19, o Governo do Distrito Federal alterou o cronograma de imunização. Os rodoviários, que estavam fora da previsão anterior, começarão a ser atendidos hoje em três pontos, das 9h às 17h — o grupo é estimado em 12 mil pessoas. A vacinação da população em geral foi adiada. O agendamento, que deveria começar amanhã, ocorrerá na próxima segunda-feira, 7 de junho. A determinação anterior era de que a aplicação das doses para esse público começasse na segunda e foi transferida para quarta-feira. Apesar do ponto facultativo de Corpus Christi, hoje, a campanha continua em quatro locais.
As mudanças foram anunciadas pelo secretário-chefe da Casa Civil, Gustavo Rocha, em coletiva, ontem, no Palácio do Buriti. Segundo ele, os rodoviários serão vacinados por meio de uma lista, enviada à Secretaria de Saúde pelo sindicato da categoria, e terão, inicialmente, 4 mil doses disponíveis. “Serão mil doses no primeiro dia, 600 na sexta-feira, 1.200 no sábado e 1.200 no domingo”, disse.
Além disso, o secretário afirmou que as listas seguirão ordem por idade. “O que a Secretaria de Saúde pediu é que fossem considerados motoristas e cobradores. E que, dentro desse grupo, fosse analisada a idade das pessoas”, completou. Na hora do atendimento, os rodoviários deverão apresentar um documento de identificação para conferência do nome na lista.
Outra mudança foi em relação à vacinação da população em geral. O GDF optou, além do adiamento, por estabelecer uma data limite para que esse público busque a imunização. O grupo, que tem disponível 18 mil doses de vacina, terá três dias para agendar a aplicação da primeira dose. Quem não comparecer no dia marcado terá um limite de cinco dias para voltar ao ponto de atendimento e receber a dose. Após esse prazo, apenas aqueles que comprovem ter tido algum tipo de imprevisto poderão se vacinar. “Assim que a secretaria abrir para agendamento, as pessoas terão três dias para agendar e, depois, cinco dias para a vacinação. É para evitar que muitas doses fiquem paradas. Ficamos um mês sem reduzir as idades e, agora, precisamos avançar”, disse o chefe da Casa Civil.
Questionada sobre a possibilidade de apresentar um calendário de vacinação, assim como tem sido feito no Rio de Janeiro e em São Paulo, a Secretaria de Saúde do DF informou que “Rio de Janeiro e São Paulo recebem doses antecipadas de vacinas, pois têm a Fiocruz e o Butantan. Mesmo assim, o Rio de Janeiro alterou algumas vezes seu calendário prévio. Além disso, tanto Rio como São Paulo deixaram atrasar a aplicação da segunda dose da CoronaVac para milhares de pessoas. Isso não aconteceu no Distrito Federal.” O Correio solicitou uma fonte para esclarecer o assunto, mas a pasta afirmou que não havia nenhuma disponível e manteve a resposta por meio de nota.
Mais grupos
As pessoas com comorbidades e com 18 anos ou mais, assim como as com deficiência que não têm cadastro no Benefício de Prestação Continuada (BPC), poderão agendar a vacinação contra a covid-19 nesta sexta-feira. O atendimento para essas categorias terá início na próxima segunda-feira. Para o grupo com comorbidades serão destinadas 43 mil vagas e para as pessoas com deficiência, 15 mil — deste grupo, apenas 1.654 pessoas fizeram o cadastro até o momento.
O cadastro é essencial para que as pessoas que necessitem agendar a vacinação sejam atendidas. As duas ações podem ser realizadas por meio do site vacina.saude.df.gov.br. Após o cadastro, é possível escolher a data, horário e local da aplicação. As pessoas com comorbidades precisam apresentar, além de documentos de identificação e comprovante de agendamento, laudo médico original comprovando a existência da doença preexistente apontada no cadastro. Já os deficientes que tiverem condições visíveis não precisarão apresentar comprovação médica.
Até o momento, mais de 1 milhão de pessoas foram vacinadas no DF, sendo 665,5 mil com a D1 (primeira dose) e 337,7 mil com a D2 (segunda dose). Ontem, foram 12.160 aplicações da primeira dose e 15.147 do reforço. Até o momento, há cinco cepas em circulação no DF, sendo a P1, de Manaus, a predominante (veja Saiba mais).
Em relação à pandemia, o DF registrou 28 mortes e 801 casos da covid-19 ontem. No total, são 8.720 óbitos e 407.540 infecções pela doença. A média móvel de casos está em 938, o que representa aumento de 9%, em relação ao número de 14 dias atrás. Quanto às mortes, em comparação ao mesmo período, o índice é de 26 — igual à média móvel de 19 de maio.
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Locais
Confira os pontos de vacinação durante o Corpus Christi
Ceilândia
9h às 17h
UBS 5 — QNM 16, drive-thru
Parque da Cidade
9h às 17h
Estacionamento 13, drive-thru
Praça dos Cristais
18h às 22h30
QG do Exército, exclusivo para Aeroportuários e funcionários do Ministério da Saúde
Riacho Fundo 1
9h às 17h
UBS 1 — QN1, Área 11 Especial, S/N, drive-thru
Prorrogação da calamidade pública
O governador do Distrito Federal, Ibaneis Rocha (MDB), enviou à Câmara Legislativa do DF (CLDF) um pedido de prorrogação do estado de calamidade pública da capital federal. Segundo o documento, o GDF considera que a cidade ainda sofre com impactos “negativos decorrentes da pandemia”. O pedido foi enviado ao Legislativo local na terça-feira e o GDF pediu, também, que o caso fosse analisado com urgência pela Casa.
Primeiro caso de reinfecção
A Secretaria de Saúde confirmou o primeiro caso de reinfecção pela covid-19 no DF. O paciente é morador de Águas Claras e tem 33 anos. O Ministério da Saúde foi notificado. A primeira infecção foi registrada em abril de 2020, pela variante B.1.1.28, inglesa. Em março de 2021, o paciente apresentou nova infecção, desta vez, pela variante P1, de Manaus. Não houve registro de internação. O caso foi o primeiro do DF que atendeu aos critérios de reinfecção, com duas amostras em boa qualidade para análise. O intervalo entre as duas ocorrências foi superior a 90 dias, conforme orientações do Ministério da Saúde para analisar casos de reinfecção.
Imunização de aeroportuários começa
Os funcionários do Aeroporto de Brasília também tiveram a vacinação antecipada. Ontem, cerca de 1.600 aeroportuários puderam ser vacinados no ponto noturno do Setor Militar Urbano, que funciona das 18h às 22h30, por meio do drive-thru. Outros 500 profissionais, que só podem ir ao ponto de vacinação durante o dia, serão imunizados na segunda-feira, na Unidade Básica de Saúde 2 do Guará.
Alexandre Araújo de Sousa, 44 anos, é um dos aeroportuários atendidos no primeiro dia e estava ansioso pela vacinação. O técnico em manutenção de aeronave perdeu o pai para a covid-19 no começo de março deste ano. O irmão e a mãe chegaram a ficar internados com a doença. “É uma situação muito difícil. Ainda bem, que os dois já foram vacinados e agora está sendo eu”, disse.
Elias Pereira Gomes, 51, trabalha na manutenção de ar-condicionado do Aeroporto de Brasília. “Fui surpreendido, quando meus amigos falaram que iríamos poder ser vacinados. Não estava acreditando. Viemos direto do trabalho e em poucos minutos fomos atendidos”, afirmou. Para ele, o motivo é de comemoração. “Perdi minha cunhada e cinco amigos próximos. Quando a doença está longe ninguém acredita. Só passamos a crer quando atinge amigos e familiares”, frisou.
O terminal brasiliense conta com cerca de 6 mil aeroportuários com credenciais ativas, mas para este primeiro momento só estão disponíveis 2.100 doses de vacina, o que será suficiente para imunizar apenas 38% dos trabalhadores. Esses profissionais serão imunizados com as vacinas da AstraZeneca/Oxford e, para receber a dose, será feita a conferência do nome em uma lista. Será necessário apresentar também o crachá que comprove o vínculo empregatício com o Aeroporto e documento de identificação.