JULGAMENTO

Marinésio Olinto irá a júri popular pelo feminicídio de Letícia Curado

Sessão no Tribunal do Júri de Planaltina está marcada para a próxima segunda-feira (21/6), às 9h. Crime ocorreu em agosto de 2019

Cibele Moreira
postado em 18/06/2021 15:23 / atualizado em 18/06/2021 15:23
Se condenado, Marinésio pode ultrapassar 40 anos de reclusão pelo crime contra Letícia Curado  -  (crédito: Polícia Civil)
Se condenado, Marinésio pode ultrapassar 40 anos de reclusão pelo crime contra Letícia Curado - (crédito: Polícia Civil)

Marinésio Olinto dos Santos vai a juri popular na próxima segunda-feira (21/6) pelo assassinato de Letícia Sousa Curado de Melo, 26 anos. A sessão no Tribunal do Júri de Planaltina está marcada para começar às 9h. Ele é acusado pelo homicídio quintuplamente qualificado da funcionária terceirizada do Ministério da Educação, morta em agosto de 2019.

Entre as qualificadoras apontadas pela Promotoria de Justiça em setembro de 2019, Marinésio responde pelo feminicídio de Letícia Curado, por motivo torpe, meio cruel, dissimulação e crime praticado para assegurar impunidade de outro crime. O Ministério Público do Distrito Federal e Territórios (MPDFT) também apresentou denúncias contra ele por tentativa de estupro, furto e ocultação de cadáver.

Para o promotor de Justiça Nathan da Silva Neto, o julgamento de Marinésio por jurados da comunidade é uma mensagem importante contra a violência de gênero. "Trata-se de um crime caracterizado pelo menosprezo e desprezo da figura feminina. Nós estamos falando de um verdadeiro crime de ódio contra as mulheres. Por isso, a condenação de Marinésio é tão importante, envia uma mensagem clara à sociedade de que não se tolera mais nenhuma forma de discriminação, de preconceito, de violência contra as mulheres de Planaltina e do Distrito Federal", ressaltou. 

“Crimes dessa natureza são inaceitáveis e devem ser punidos com todo o rigor da lei. A nossa expectativa é de que Marinésio seja condenado à altura dos atos praticados”, afirmou o promotor de justiça Nathan da Silva. Caso seja condenado, a pena pode ultrapassar 40 anos de reclusão.

Relembre o caso

A última vez que Letícia Curado foi vista com vida, foi na manhã de 23 de agosto de 2019, em uma parada de ônibus entre o Vale do Amanhecer e a DF-230. Ela estava esperando o transporte público para ir trabalhar no Ministério da Educação. De acordo com as investigações, Marinésio ofereceu carona para Letícia e, quando ela estava dentro do carro, tentou forçá-la a ter relações sexuais com ele. 

Letícia reagiu e Marinésio esganou a vítima, que morreu asfixiada. Ele escondeu o cadáver dentro de uma manilha à margem da rodovia e furtou pertences da advogada, entre eles um relógio, um pendrive, uma necessaire e um aparelho celular. Os objetos foram apreendidos dentro do veículo do acusado quando ele foi preso em flagrante.

Outros Crimes

Além do assassinato de Letícia Curado, Marinésio também foi denunciado pelo homicídio de Genir Pereira de Sousa, em Planaltina, e por uma tentativa de estupro em Sobradinho — da qual foi absolvido em julgamento ocorrido em dezembro de 2020. Em maio do ano passado, Marinésio foi condenado a 10 anos de prisão pelo estupro de uma jovem em abril de 2019.

Na época do crime, a vítima tinha 17 anos. Ela denunciou a agressão depois reconhecer Marinésio durante a repercussão da morte de Letícia Curado. Em depoimento à polícia e à Justiça, ela relatou que o acusado ofereceu carona em uma parada de ônibus no Paranoá e, após a negativa, ele a obrigou a entrar no carro sob ameaça de morte, estacionou em região de Pinheiral e a estuprou. Marinésio ainda a enforcou e a empurrou para fora do veículo, dizendo que ela era um lixo.

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