Feminicídio

Feminicídio: marido tinha histórico de agressão à mulher

Em 2019, Melissa Mazzarello, assassinada pelo companheiro na quinta-feira, entrou com pedido de medida protetiva contra ele após receber um tapa no rosto

O analista em tecnologia da informação Leandro de Barros Soares, 41 anos, acusado de matar asfixiada a esposa e psicóloga Melissa Mazzarello, também de 41, tinha um histórico de agressão à mulher. Em 2019, ela entrou com pedido de medida protetiva contra ele após receber um tapa no rosto. A audiência de custódia dele deve ocorrer amanhã de manhã. O crime ocorreu na quinta-feira em Sobradinho.

De acordo com o advogado de defesa, Alexandre Carvalho, a medida protetiva foi deferida pelo Juizado de Violência Doméstica e Familiar Contra a Mulher de Sobradinho. Meses depois, em 2020, Melissa pediu para o relacionamento voltar. Desde então, eles estavam juntos. Leandro é especialista em tecnologia da informação e teve um relacionamento com Melissa de 13 anos. Tiveram dois filhos, um de 6 e outro de 8 anos.

Uma vizinha, que não quis ser identificada, afirmou que a família aparentava ter uma relação tranquila. “Era normal, eles saíam com as crianças na rua, vez ou outra, para brincar. Eles não mantinham muita relação com os vizinhos. Se mudaram pra cá há poucos meses”, diz a mulher. De acordo com o advogado de defesa, Leandro fazia tratamento psicológico e iniciou uma terapia de casal com a esposa.

Crime

O homem saiu e trancou a casa depois de cometer o crime na quinta-feira. “A delegacia já estava fechando o cerco quando tivemos conhecimento de que ele estava na 307 Sul, parado em frente ao Banco do Brasil, aguardando. Não foi preciso força policial ou uso de algemas, ele não reagiu”, contou o delegado-chefe da 13ª Delegacia de Polícia (Sobradinho), Hudson Maldonado. De acordo com o delegado, não há chances de Leandro ser solto após a audiência “devido à hediondeza do caso”.

Em depoimento, Leandro alegou que deu um “abraço de contenção” durante uma briga e matou a mulher sem intenção. Para o delegado, não há dúvidas de que houve feminicídio. “Essa passividade, para nós, não se configura. O crime foi praticado com a contrição com as mãos ou mesmo com um meio mecânico para tirar o ar da ofendida, isso o laudo nos mostrará”, questiona. O sepultamento da psicóloga está marcado para as 9h de hoje, na Capela 3, em Sobradinho. O corpo será enterrado às 11h30.