SAÚDE

Julho Amarelo: cresce o número de casos de hepatite C no DF

As unidades básicas de saúde do Distrito Federal oferecem testes para a detecção de infecção pelo vírus B e C da hepatite

Edis Henrique Peres
postado em 02/07/2021 21:21 / atualizado em 02/07/2021 21:34
 (crédito: Breno Esaki/Agência Saúde)
(crédito: Breno Esaki/Agência Saúde)

Doenças que atacam principalmente o fígado, as hepatites virais B, C e D nem sempre apresentam sinais e sintomas, mas quando não diagnosticadas, podem acarretar complicações das formas agudas e crônicas, podendo levar à cirrose e até mesmo ao câncer de fígado. Entre 2016 e 2020, o Distrito Federal notificou 2.290 casos confirmados de hepatites virais (confira abaixo). Nos últimos quatro anos, a hepatite C tem causado preocupações devido ao aumento de 110,1% do número de casos em 2020, se comparado a 2019.

Neste ano, assim como em 2016, a Secretaria inseriu no Sistema de Informação de Agravos de Notificação (Sinan) fichas das pessoas tratadas em anos anteriores na rede do Sistema Único de Saúde (SUS) e que estavam sem registro de notificação no ano de diagnóstico.

A principal via de transmissão das hepatites B, C e D são por meio do contato com sangue e hemoderivados, podendo também ser transmitidas por contato sexual e da mãe infectada para o recém-nascido (durante o parto ou no período perinatal). Outra forma de contaminação é por objetos ou em acidentes com exposição de material biológico, assim como em procedimentos cirúrgicos, odontológicos e endoscopias, por exemplo. No entanto, as contaminações nesses procedimentos ocorrem apenas se as normas de segurança não forem devidamente seguidas.

A gerente de Vigilância de Infecções Sexualmente Transmissíveis da Secretaria de Saúde, Beatriz Maciel, explica que as hepatites virais são doenças de notificação compulsória. “Ou seja, cada ocorrência deve ser notificada por um profissional de saúde, seja em âmbito público ou privado. Esse registro é importante para mapear os casos de hepatites no DF e traçar diretrizes de políticas públicas que levem à redução do número de casos da doença”, destaca.

Cuidados

Para prevenir as hepatites, é necessário adotar algumas medidas:

  • Hepatite A: lavar as mãos com água e sabão após ir ao banheiro, trocar fraldas e antes de cozinhar ou comer. Além disso, é necessário usar água tratada, saneamento básico e higienização adequada dos alimentos.
  • Hepatites B e C: contato com sangue contaminado, utilização de preservativos nas relações sexuais e exigir materiais esterilizados ou descartáveis e não compartilhar itens, equipamentos ou utensílios de uso pessoal. Preservativos sexuais também são doados na rede pública de saúde.

As hepatites A e B podem ser prevenidas por meio de vacinação, e ambas estão previstas no calendário nacional de imunização. Já a hepatite C não possui vacina.

Diagnósticos

A rede pública de saúde do DF disponibiliza exames de sangue e testes rápidos e laboratoriais para diagnósticos de hepatites virais, tanto nas unidades básicas de saúde (UBS) e no Centro de Testagem e Aconselhamento (CTA), localizado na Rodoviária do Plano Piloto.

Casos de hepatites no DF entre 2016 e 2020:

  • Hepatite B: 877 casos (38,3%)
  • Hepatite C: 1.410 casos (61,6%)
  • Hepatite D: 3 casos (0,1%)

Número de mortes por hepatite entre 2016 e 2020 — dados do Sistema de Informação Sobre Mortalidade (SIM):

  • Hepatite C: 75 mortes
  • Hepatite B: 22 mortes

Número de mortes com Hepatites virais como casos associados:

  • 201 mortes

*com informações da Secretaria de Saúde do DF

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