Pandemia

Escola dentro de terreno de hospital de campanha deve voltar a ter aulas

Com possível volta às aulas presenciais para 2 de agosto, Sinpro questiona segurança da Escola Parque Anísio Teixeira, dentro de terreno do Hospital de Campanha de Ceilândia

Pedro Marra
postado em 09/07/2021 17:38 / atualizado em 09/07/2021 21:16
Sinpro cobra protocolo de segurança para poder haver retomada das aulas presenciais -  (crédito: Ascom Administração de Ceilândia/Divulgação)
Sinpro cobra protocolo de segurança para poder haver retomada das aulas presenciais - (crédito: Ascom Administração de Ceilândia/Divulgação)

A Escola Parque Anísio Teixeira, em Ceilândia Sul, voltará a receber aulas presenciais no próximo dia 2 de agosto, conforme decisão do Governo do Distrito Federal (GDF), mesmo com o funcionamento do Hospital de Campanha dentro da unidade, localizada na QNM 27.

Procurada pela reportagem, a Secretaria de Educação esclarece que “o hospital de campanha continuará funcionando no terreno que pertence à Escola Parque Anísio Teixeira, em Ceilândia”, diz um trecho da nota. A pasta informou que está “organizando a logística de funcionamento da escola e do hospital no local, de modo que nenhuma atividade desenvolvida na unidade seja prejudicada na volta das atividades presenciais'', conclui.

Na opinião do diretor do Sindicato dos Professores do Distrito Federal (Sinpro-DF), Samuel Fernandes, a própria gestora da escola fez um encaminhamento à Secretaria de Saúde requisitando mais informações sobre a segurança da unidade de ensino.

“A Escola Parque de Ceilândia não tem condições de receber todos os alunos da forma que está, pois faltou logística por parte do governo. A entrada do hospital é a mesma da escola, onde passa ambulância e entram os professores e alunos. A direção da escola solicitou (ao GDF) lá no início (da construção do hospital) que fizessem a mudança da entrada do hospital, mas não deram importância”, afirma.

Samuel destaca que o GDF definiu a data de retorno às aulas, mas o Sinpro exige um plano de segurança sanitária contra a covid-19 antes de confirmar a volta do ensino presencial na rede pública. “O governo precisa fazer uma análise técnica para a segurança de todos e saber as condições sanitárias do ambiente em volta do hospital para ter a certeza que os alunos, professores e funcionários que circulam naquele ambiente estão seguros. Como está atualmente é um risco muito grande”, protesta o diretor do Sinpro-DF.

 

Assembleia geral

De acordo com Samuel, o sindicato não tem uma data definida para o retorno presencial da rede pública de ensino, como o governo decidiu. "Além da vacinação de todos (os professores), o governo precisa apresentar um plano de retorno às aulas baseado na ciência, e garantir toda a segurança sanitária necessária à segurança de todos. Não tem como falar em data antes disso. Inclusive, a nossa categoria vai se reunir em assembleia geral virtual no dia 30 de julho para saber se vamos retornar ou não”, conclui.

A diretora da Escola Parque Anísio Teixeira, Neide Rodrigues, afirmou à reportagem que a unidade enviou um plano de trabalho de retorno presencial, na última quarta-feira (7/7), para a Subsecretaria de Educação Integral, responsável pelas Escolas Parques do DF. "A nossa direção, juntamente com coordenação pedagógica, solicitou primeiro que fosse feita a mudança desse portão de acesso, porque do jeito que está não tem condições de funcionar a escola parque. E também (solicitamos) a avaliação da segurança sanitária", afirma a diretora da unidade de ensino.

Segundo Neide, a escola possui três entradas, sendo uma delas também usada pelo hospital de campanha de Ceilândia. "Na Escola Parque de Ceilândia, temos três entradas. Todas do mesmo lado. Uma para pedestres, onde nossos alunos entram, e outra de carro, em que nossos funcionários entram. E tem essa outra entrada que o hospital está usando, que também é acesso dos funcionários, e vai direto para o nosso estacionamento. Esse acesso só é aberto para alunos quando a gente tem eventos maiores, para evitar qualquer problema na entrada principal", esclarece.

O Correio solicitou posicionamento da Secretaria de Saúde sobre o assunto, e aguarda um retorno. O espaço segue aberto para manifestações de ambas as partes.

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