Investigação

MPDFT obtém condenação de três integrantes da facção Comboio do Cão

Os três criminosos foram condenados por homicídio qualificado e tentativa de homicídio qualificado. Se somadas, as penas dos criminosos podem chegar a 95 anos de prisão

Pedro Marra
postado em 09/07/2021 20:01 / atualizado em 10/07/2021 16:06
 (crédito: Divulgação/MPDFT)
(crédito: Divulgação/MPDFT)

As promotorias de Justiça Criminal e do Tribunal do Júri, em conjunto com o Núcleo do Júri do Ministério Público do Distrito Federal e Territórios (MPDFT), obtiveram a condenação de integrantes da Facção Criminosa Comboio do Cão por homicídio qualificado e tentativa de homicídio qualificado, ocorridos no Riacho Fundo 2, em 2017. O julgamento foi realizado nessa quinta-feira (8/7).

Os réus Gutemberg da Silva Borges (vulgo Guga) e Flávio da Conceição Matias (vulgo Doidão) foram condenados a penas de 34 anos e três meses de reclusão, em regime inicialmente fechado. Já o réu Janerson Neres da Silva (vulgo Chapisco) foi condenado a 27 anos de reclusão. Os três réus estão presos preventivamente e não poderão recorrer em liberdade.

O crime ocorreu em 22 de outubro de 2016, na QN 15C, do Riacho Fundo 2. Gutemberg e Flávio efetuaram 15 disparos de pistola 9 mm em direção a Ricardo Ribeiro Lustosa. A vítima era havia acabado de sair do sistema penitenciário e estava na festa de aniversário do sobrinho de 10 anos, quando foi surpreendida e encurralada pelos dois. Os criminosos iniciaram os disparos em via pública e perseguiram Ricardo até o interior da residência, executando-o na frente dos familiares.

Na mesma ocasião, tentaram matar Daniel, primo de Ricardo, que tentou alertá-lo da aproximação dos dois. Janerson foi condenado por ter conduzido os atiradores até o local, dando cobertura ao ataque e permitindo a fuga.

A promotoria de Justiça do Tribunal do Júri destaca a importância da condenação, pois o crime foi praticado em razão da recusa de Ricardo de retornar à vida criminosa e auxiliar a facção Comboio do Cão a assumir uma área de distribuição e de venda de drogas em Ceilândia. A execução ocorreu em período de guerra entre a Comboio do Cão e outras organizações ligadas ao tráfico.

 

Comboio do cão

Guga e Doidão já foram condenados pela Justiça do DF por exercerem papéis de destaque na organização criminosa Comboio do Cão. O processo encontra-se em grau de recurso. A facção tem atuação em diversas regiões do Distrito Federal, Entorno de Goiás e no sistema prisional. O grupo é responsável pela prática de crimes como homicídios, porte de armas de fogo de uso restrito, rufianismo, roubo majorado, tráfico de drogas e coação no curso do processo.

Em agosto de 2019, o MPDFT ofereceu denúncia contra 49 associados da organização, divididos em três grupos. Os 12 condenados fazem parte do primeiro. O Ministério Público descobriu a participação de agentes, em estrutura hierarquizada e voltada exclusivamente à prática de crimes. Em algumas situações, contavam com a atuação de familiares, profissionais liberais e agentes públicos.

Com informações do MPDFT

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