INTERATIVIDADE

Projeto cria plataforma que aproxima alunos do Museu Nacional da República

A plataforma Museu Educativo disponibiliza para rede pública de ensino do DF exposições, jogos e conteúdos virtuais com conteúdos relacionados à educação patrimonial

Rafaela Martins
postado em 25/08/2021 06:00
Mais de 7 mil estudantes acessaram as exposições e conteúdos virtuais da plataforma Museu Educativo -  (crédito: Ed Alves/CB/D.A Press - 11/5/20)
Mais de 7 mil estudantes acessaram as exposições e conteúdos virtuais da plataforma Museu Educativo - (crédito: Ed Alves/CB/D.A Press - 11/5/20)

Alunos da rede pública do Distrito Federal experimentam uma nova possibilidade de acesso à cultura e à educação, o Rolê no Museu. Uma ação que integra o projeto de promoção cultural Museu Educativo, desenvolvido pelo Instituto Bem Cultural (IBC), em parceria com a Secretaria de Cultura do DF (Secec) que, até setembro, pretende aproximar os jovens do Museu Nacional da República por meio de diversas atividades on-line. O trabalho já alcançou mais de 7 mil estudantes que, por meio do cadastro das escolas na plataforma, têm acesso a exposições, jogos e informações sobre o museu e a sua importância.

O Rolê do Museu foi uma atividade piloto da plataforma e, entre os dias 7 e 25 de junho, fez duas semanas de atividades artísticas com estudantes de duas escolas selecionadas no DF, o Colégio Estadual Dom Pedro I, de Aparecida de Goiânia, e o Centro Educacional São Francisco (Chicão), de São Sebastião.

De acordo com a coordenadora pedagógica do IBC, Arlene von Sohsten, a escolha aconteceu por meio de um chamamento que questionou: “Qual é a importância dos espaços culturais e porque eles deveriam participar?”. Arlene afirma que diversas escolas se inscreveram e que muitos alunos responderam por vídeo e carta. Foram 14 dias de experimentação artística, com três encontros semanais”, explicou. O instituto buscou contribuir com a criação de uma tecnologia social a partir da estruturação da experiência, com as escolas-laboratório. “O Rolê do Museu foi uma proposta inicial, por isso realizamos com duas escolas e poucos alunos. Futuramente, queremos expandir para outras instituições públicas e privadas”, promete.

Participaram sete estudantes de cada escola e mais um professor de cada turma. Assim, mesmo com as restrições da pandemia, os participantes puderam visitar, virtualmente, exposições do museu e contaram com atrativos que não estavam disponíveis para os visitantes presenciais — mesmo antes da pandemia —, como tutoriais explicativos, construção de produtos multimídia e jogos.

Após as visitas, os monitores do projeto fizeram exercícios pedagógicos com as turmas para debater temas como a valorização da dignidade humana, a promoção da cidadania, a preservação do patrimônio cultural e a universalidade do acesso aos bens culturais. Como resultado, os alunos produziram três materiais artístico-pedagógicos no final da experiência: um podcast, um cartão e um vídeo sobre a experiência. Os conteúdos foram disponibilizados para outros integrantes da rede pública de ensino que não participaram desta primeira edição.

Ampliando horizontes

Para quem encarou o desafio de aulas 100% remotas na rede pública, a oportunidade foi um momento de renovação e inspiração para os alunos. O professor de sociologia Rúbio Dorneles, do Colégio Estadual Dom Pedro I de Aparecida de Goiânia, que acompanhou uma das turmas, enfatizou a dedicação dos alunos. “Eu participei do Rolê no Museu e coordenei sete alunos da 3ª série do ensino médio, da escola que leciono, e posso dizer que a experiência foi essencial. Eles tiveram contato com obras de arte e com vivências muito significativas”, pontuou.

Enquanto especialistas ainda calculam o impacto da pandemia nos estudos, ações que driblam a monotonia no ensino são comemoradas por professores e alunos. Em novembro de 2020, 28 mil crianças e jovens não tiveram acesso às escolas no DF, conforme dados do estudo Cenário da Exclusão Escolar no Brasil — um alerta sobre os impactos da pandemia da covid-19 na Educação, pelo Fundo das Nações Unidas para a Infância (Unicef), em parceria com o Centro de Estudos e Pesquisas em Educação (Cenpec).

O professor Rúbio conta que, independentemente da crise sanitária, muitos alunos possuem dificuldades relacionadas à própria rotina, e que participar do projeto foi motivador. “Como tinha gente que trabalhava fora, às vezes, aconteciam uns probleminhas. Por outro lado, por ser remoto, eles conseguiram participar. Enquanto professor posso dizer que esse trabalho foi sensacional. Torço pela continuação desse e de outros projetos. A equipe do Museu Educativo utiliza metodologias ativas. Com muita criatividade e sensibilidade nos ajudaram a construir um podcast, vídeos e artes digitalizadas superbacanas”, lembra.

O Museu da República foi idealizado por Oscar Niemeyer e construído para integrar o Setor Cultural Sul de Brasília. A obra teve início em 1999 e foi inaugurada em 15 de dezembro de 2006, com uma exposição sobre o arquiteto moderno. A missão do Museu Nacional da República é revelar ao maior número de pessoas, a cultura visual contemporânea, incentivando e difundindo as manifestações artísticas presentes no local.


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  • Mais de 7 mil alunos acessaram as exposições e conteúdos virtuais da plataforma Museu Educativo
    Mais de 7 mil alunos acessaram as exposições e conteúdos virtuais da plataforma Museu Educativo Foto: Reprodução
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