Feminicídio

Justiça mantém prisão de homem que matou mulher com 59 facadas em Samambaia

Audiência de custódia desta quarta-feira (9/12) decidiu manter preso o acusado de matar a ex-namorada a 59 facadas em Samambaia, na noite de domingo (5/12), próximo à linha do metrô

Pablo Giovanni*
postado em 09/12/2021 16:50 / atualizado em 09/12/2021 16:52
 (crédito: Reprodução/Redes sociais)
(crédito: Reprodução/Redes sociais)

O ajudante de pedreiro Juvenilton Aquino da Costa, 36 anos, que assassinou a ex-namorada, Drielle Ribeiro da Silva, 34, com 59 facadas em Samambaia, permanecerá preso no Centro de Detenção Provisória (CDP), após decisão judicial nesta quinta-feira (9/12) em audiência de custódia. Ao todo, o Distrito Federal registrou, ao menos, 25 casos desse tipo de crime, o que supera em 47% a quantidade de todo o ano passado.

A audiência de custódia, que poderia conceder liberdade ou não ao suspeito de cometer o feminicídio na noite de domingo (5/12), próximo à linha do metrô, no descampado próximo à QR 206, ocorreu no Tribunal do Júri de Samambaia. A Polícia Civil, que já havia solicitado a prisão preventiva para a justiça, prendeu o suspeito escondido no Recanto das Emas após uma intensa negociação. O casal, que começou o relacionamento em 2013, teve um filho de 7 anos fruto da relação. A polícia também investiga se Drielle estava grávida de quatro semanas, também fruto do relacionamento. O corpo da vítima foi enterrado no Campo da Esperança, na manhã de quarta-feira (8/12). 

 

Relacionamento conturbado

A Polícia Civil do DF tomou conhecimento do crime por volta das 8h de segunda-feira (6/12), quando uma pessoa passou pela QR 206 e avistou um corpo no gramado. A Polícia Militar do DF também foi acionada. Investigadores da 26ª Delegacia de Polícia (Samambaia Norte) acreditam que Drielle foi morta por volta da 00h.

Foram ao menos 59 facadas desferidas contra o corpo de Drielle, segundo a PCDF. A irmã da vítima relatou que, por volta das 22h30 de domingo, enviou uma mensagem a ela perguntando se estava tudo bem. Em resposta, Drielle disse que sim. Segundo a PMDF, após assassinar a mulher, Juvenilton foi até a casa do irmão, pegou roupas e pediu para que ele o levasse de moto até uma BR para que ele fugisse.

Em abril do ano passado, Drielle registrou ao menos dois boletins de ocorrência no âmbito Maria da Penha contra Juvenilton. Com medidas protetivas deferidas pela Justiça e proibido de se aproximar da mulher, em 3 de abril Juvenilton compareceu a uma festa em Samambaia, mesmo local onde Drielle estava. A mulher chegou por volta das 22h e o acusado foi pouco tempo depois, às 23h30. Em relato, a dona de casa disse que, durante todo o evento, o homem a vigiava, com características de perseguição.

Um dia depois da festa, em 4 de abril, Drielle retornou à delegacia para relatar uma outra situação. Segundo depoimento prestado à época, a vítima caminhava em direção à porta da casa do irmão, na QR 206, quando viu Juvenilton, que mora em uma quadra próxima.

Em segundos, uma viatura da Polícia Militar do DF passou pelo local. Agressivo, o homem dirigiu-se a ela e disse: “Você chamou essa viatura para mim?”. Drielle respondeu que não sabia que a viatura estava lá. Em resposta, o homem ameaçou: “Você fica ligeira. Vou te matar e beber seu sangue, sua piranha! Vagabunda”.

Ainda em interrogatório, Drielle contou que, após xingá-la e ameaçá-la, Juvenilton tentou agredi-la, mas teria sido impedido pelo pai. Uma irmã de Drielle, que preferiu não se identificar, contou ao Correio que o relacionamento entre o casal era conturbado. Disse, inclusive, que certa vez o agressor tentou atropelá-la de carro, arrastando-a pela rua. Em outra ocasião, Juvenilton ateou fogo em uma foto após uma briga.

Veja onde pedir ajuda em caso de violência contra a mulher 

Delegacia Especial de Atendimento à Mulher (Deam)
» Entrequadra 204/205 Sul - Asa Sul
(61) 3207-6172

Disque 100 — Ministério dos Direitos Humanos
Telefone: 100

Programa de Prevenção à Violência Doméstica (Provid) da Polícia Militar
Telefones: (61) 3910-1349 / (61) 3910-1350

Estagiário sob supervisão de Nahima Maciel*

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