A imunização é um caminho não apenas para a retomada econômica, mas para o retorno da convivência entre as pessoas. A avaliação é do diretor regional do Serviço Social do Comércio (Sesc), Valcides de Araújo, que destacou, à jornalista Ana Maria Campos, a importância do posto de atendimento montado em parceria com a Secretaria de Saúde do DF (SES-DF) na Rodoviária do Plano Piloto. “Estamos, desde a semana passada, atuando na rodoviária, que recebe cerca de 800 mil pessoas diariamente. O Sesc entende, como braço da Fecomércio (Federação do Comércio de Bens, Serviços e Turismo do DF), que a vacinação é fundamental não somente para a retomada da economia, mas para o retorno da convivência entre as pessoas. A gente tem que se preocupar com a saúde do brasiliense”, ressaltou, em entrevista ao programa CB.Poder — parceria do Correio Braziliense e da TV Brasília.
Quais são as novidades para a população de Brasília?
A grande novidade é que temos nove unidades de atendimento do Sesc espalhadas pelo DF, mas faltava uma unidade na região Norte. Em 2022, vamos dar esse passo importante para a nossa economia nessa região que é muito populosa. A unidade de Planaltina vai conseguir atender, geograficamente, as regiões de Sobradinho 1 e 2 e Taquari.
Que tipo de atendimento esse posto vai oferecer?
Todos os serviços que o Sesc pode oferecer e que temos na nossa carteira. De esporte, lazer, saúde e educação. Será uma das unidades mais modernas do país.
O Sesc tem uma atuação importante nesta pandemia. Recentemente, foi aberto um posto de atendimento na rodoviária. Como é o trabalho para amenizar os efeitos da crise sanitária?
Estamos buscando amenizar os efeitos da pandemia desde o início. No começo, fizemos cerca de 50 mil testes na população. Em parceria com a Saúde do GDF (Governo do Distrito Federal) abrimos, aos fins de semana, quatro postos de vacinação e vacinamos mais de 100 mil pessoas. Recentemente, a Secretaria de Saúde nos procurou para aumentar essa parceria, e estamos, desde a semana passada, atuando na rodoviária, que recebe cerca de 800 mil pessoas diariamente. O Sesc entende, como braço da Fecomércio, que a vacinação é fundamental não somente para a retomada da economia, mas para o retorno da convivência entre as pessoas. A gente tem que se preocupar com a saúde do brasiliense. Por isso, estamos nesse posto que facilita o atendimento. Às vezes, a pessoa não tem como ir em um posto de saúde que é longe de sua casa, mas, quando ela vai trabalhar, desce (na rodoviária) e consegue se vacinar. O posto está aberto das 7h às 20h, ininterruptamente.
O trabalho de testagem ajudou no retorno dos comerciários para as atividades?
Sim, principalmente na questão da segurança do retorno e, como era algo muito novo (a doença), na orientação ao comerciário sobre aquele momento. Disseminamos informações sobre a importância do uso de álcool em gel, do uso de máscara e de seguir o distanciamento social.
Quais contribuições o Sesc e outras entidades do Sistema S podem dar para a população que vive a pandemia, pois muitas pessoas passam por necessidade?
O Sistema S é muito amplo. Mas ele é um braço de apoio social imenso que o Brasil tem, e, nessa parte social, o Sesc tem atuado. Nessa ponta, que foi duramente atingida pelo desemprego e pela fome, temos o Mesa Brasil, que é um Banco de Alimentos criado pelo Departamento Nacional do Sesc que atua em todas as regionais. Aqui em Brasília, temos 320 instituições cadastradas, que possuem 75 mil pessoas inscritas. Então, fazemos a intermediação entre os grandes, os pequenos e os médios doadores. Selecionamos as doações, as separamos e as entregamos às instituições. Na maioria, são alimentos, brinquedos e roupas.
Como empresas e pessoas interessadas podem contribuir?
Basta acessar o site do Mesa Brasil e conferir os contatos. É possível agendar visita ou marcar o recolhimento de doações.
Há algum trabalho especial, agora, neste fim de ano?
Estamos começando a nossa Carreata de Natal, com a qual vamos rodar em 22 regiões administrativas. Ano que vem, a gente vai rodar nas 33 regiões. Essa Cantata de Natal será uma mensagem de paz e tranquilidade, mesmo neste momento que estamos vivendo. Nossa expectativa é atingir cerca de 10 mil crianças com doações. Além disso, o Senac (Serviço Nacional de Aprendizagem Comercial) contribui fortemente, porque é o nosso braço do ensino profissionalizante. Nesta pandemia, muitas pessoas tiveram que se reinventar ou buscar novas funções, e o Senac tem tido um papel importante nesse momento.
Como funciona a arrecadação do Sesc dos comerciantes e como os recursos da instituição são fiscalizados?
Recebemos 2,5% de contribuição do setor. Esse volume é arrecadado pela Receita Federal, e nós deixamos nos cofres do governo uma espécie de pagamento para essa arrecadação. Esses recursos são aplicados em todas essas atividades. O Sesc tem por obrigação investir cerca de 33% a 34% na gratuidade, ou seja, são serviços que a gente tem que fazer e entregar para a população de um modo geral. Logicamente, por força de algumas medidas provisórias, tivemos que ajustar alguns serviços e atividades para não diminuir a qualidade e a execução. Somos fiscalizados pela CGU (Controladoria-Geral da União), pelo TCU (Tribunal de Contas da União) e pela nossa auditoria, além do nosso Conselho Fiscal Nacional. Também temos uma auditoria externa que fiscaliza os nossos contratos.
O Teatro Garagem faz parte da história de Brasília e promoveu diversos festivais. Como o Sesc está olhando para esse espaço cultural?
O Teatro Garagem me remete ao setor cultural que sofreu e sofre com essa agonia. O Sesc é o maior fomentador do setor cultural e, na pandemia, ficamos restritos às nossas bases digitais, mas, logicamente, não é a mesma coisa. Temos uma equipe que cuida desse teatro e que cuida das nossas ações culturais. Em 2022, como um dos nossos grandes carros chefes, é esse teatro. Ele tem um desenho muito interessante, pois você pode fazer um concerto de música em um dia e, no outro, apresentar uma peça teatral, porque as instalações são móveis. E ele foi o local que recebeu as nossas maiores estrelas como Legião Urbana, Capital Inicial e Cássia Eller.
E o projeto de Biblioteca Volante, como funciona?
Temos duas unidades móveis, que levam cerca de 2,5 mil livros, periódicos e gibis. Essas unidades vão para escolas públicas na periferia e locais onde tem convergência com o nosso público comerciário, onde eles podem pegar os livros emprestados para ler em casa ou no trabalho. Nas carretas, temos uma bibliotecária que fala sobre cada volume e representa uma contribuição cultural muito grande.
E o projeto para pessoas com mais de 60 anos, o Mais Vividos, como funciona?
Temos ele em todas as unidades do Sesc, e mais de 1,7 mil beneficiários. Eles utilizam o serviço de forma gratuita, com atividade física, ginástica e palestras pontuais. Para 2022, estamos desenhando em uma parceria com o Senac a possibilidade de destinar ao público cursos profissionalizantes, com a possibilidade deles se reinventarem, uma forma de ganharem dinheiro e ajudarem em casa.
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