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Bike e moto no lugar do carro, brasilienses buscam alternativas à gasolina

Empresários relatam aumento na procura por meios de transporte alternativos ao automóvel

Pedro Marra
postado em 16/03/2022 06:00
 (crédito: Minervino J?nior/CB/D.A Press)
(crédito: Minervino J?nior/CB/D.A Press)

Com a gasolina se aproximando dos R$ 8 na capital federal, quem depende do combustível busca meios para fugir de mais esse rombo no orçamento. Deixar o carro na garagem ou mesmo buscar outros modais de transporte são alternativas consideradas pelos brasilienses. Comportamento que começa a ser percebido em alguns comércios.

Proprietário da Bike Tech, na 208 Sul, João Paulo Ribeiro relata o aumento no movimento da loja. "Tem muita gente procurando por bicicletas para trabalhar. Antes, quem iria ao trabalho de bicicleta era discriminado por ser algo de pobre", afirma. Apenas na semana passada, ele conta que vendeu três bicicletas elétricas, artigos com valor médio de R$ 8 mil, mas que valem a pena, considerando o preço da gasolina. "É um investimento em que com o tempo ele se paga como um meio de transporte, pois a manutenção da bicicleta é pequena, cerca de R$ 170 a cada três meses", conta. "A tendência, agora, é de o mercado de bicicleta elétrica ir se consolidando, porque essa tecnologia é mais leve e tem a relação de durabilidade", avalia.

O vice-presidente do ramo de bicicletas da Abraciclo, Cyro Gazola, crê na força da indústria nacional para o segmento e garante que o setor está preparado para o aumento da demanda. "Estamos retomando o ritmo de crescimento do período pré-pandemia", assegura. De acordo com Gazola, apesar de ainda serem impactadas com a falta de componentes, as fabricantes estão conseguindo manter o ritmo de produção. "Estudamos bem toda a cadeia logística para minimizarmos a falta de insumos", explica.

Substituição

Para quem não pretende extinguir o consumo de gasolina, mas amenizar as despesas, as motocicletas se apresentam como alternativa. Há cerca de um mês, o empresário Maurílio Ferreira Matos Filho, 32, dono da loja 299 Motors, com unidades na Cidade do Automóvel e no Sudoeste, contabiliza o aumento na preferência por duas rodas. Ele afirma que, atualmente, as scooters lideram as vendas. "Algumas pessoas falam que precisaram deixar o carro por economia", relata o lojista.

Diante do aumento no preço dos combustíveis, Maurílio diz que o mercado tem atendido clientes que optam por motos de baixa ou média cilindrada. "As de média fazem em torno de 25km por litro, e as de baixas cilindradas chegam a 40km por litro, diante desse cenário da gasolina a R$ 8", explica o dono da loja.

O abastecimento elétrico também tem despertado interesse. "A gente percebe a busca do mercado por veículos como motos elétricas e bicicletas elétricas, ainda mais neste momento de preços altos de combustíveis", conclui o dono do estabelecimento.

O corretor de seguros Alex Moura, 38, esteve na 299 Motors para comprar uma motocicleta de 750 cilindradas para a esposa. Na avaliação dele, o veículo vai gerar uma economia grande no tanque. "O que gasto no carro em uma semana vou usar em duas semanas e meia na moto", projeta.

 

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  • Maurílio Ferreira Matos Filho, 32 anos, dono da loja 299 Motors 2, na Cidade do Automóvel
    Maurílio Ferreira Matos Filho, 32 anos, dono da loja 299 Motors 2, na Cidade do Automóvel Foto: Arquivo pessoal
  • Maurílio Ferreira Matos Filho, 32 anos, dono da loja 299 Motors 2, na Cidade do Automóvel
    Maurílio Ferreira Matos Filho, 32 anos, dono da loja 299 Motors 2, na Cidade do Automóvel Foto: Arquivo pessoal
  • Corretor de seguros e morador de Arniqueira, Alex Moura, 38, comprou uma moto para a esposa
    Corretor de seguros e morador de Arniqueira, Alex Moura, 38, comprou uma moto para a esposa Foto: Arquivo pessoal
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