Violência

Polícia deve ouvir mulher que apontou arma para estudante nesta sexta (25/3)

Na última terça-feira (22/3), durante discussão em frente ao CED Chicão, em São Sebastião, a acusada sacou a arma e apontou para o rosto da aluna

Renata Nagashima
postado em 25/03/2022 11:28 / atualizado em 25/03/2022 11:28
A suspeita da agressão teria 19 anos e não teria  relação com o centro de ensino -  (crédito: Reprodução/Vídeo)
A suspeita da agressão teria 19 anos e não teria relação com o centro de ensino - (crédito: Reprodução/Vídeo)

A Polícia Civil do Distrito Federal (PCDF) deve ouvir, nesta sexta-feira (25/3), a mulher que apontou uma arma para o rosto de uma estudante em frente a uma escola pública em São Sebastião, na última terça-feira (22/3). A acusada, identificada como Rafaela, tem 19 anos e não tem relação com o Centro Educacional São Francisco, segundo nota emitida pela unidade de ensino.

De acordo com o delegado responsável pelo caso, Ulysses Fernandes, da 30ª Delegacia de Polícia (São Sebastião), a expectativa dos investigadores é que as oitivas com todas as testemunhas comecem nesta sexta-feira (25/3). “A suspeita e as testemunhas foram identificadas e foram convocadas, mas, por causa da repercussão, estamos tendo dificuldade com a localização dessas pessoas”, disse ao Correio.

Em um primeiro momento, os policiais querem entender a dinâmica do ocorrido e o motivo da discussão. A arma usada para fazer as ameaças não foi localizada e, por causa da repercussão do caso, pode ser que a suspeita tenha se livrado do revólver.

O delegado destacou que essa é uma investigação simples e que os esforços têm que ser concentrados em evitar esse tipo de situação. “Identificar os envolvidos e atribuir responsabilidade não é difícil. O difícil é a prevenção desse tipo de delito. Essa prevenção envolve vários fatores e vários órgãos do poder público. Esse é o nosso maior desafio, prevenir esse tipo de situação”, apontou.

Relembre o caso

Durante uma discussão entre jovens em São Sebastião, uma mulher colocou uma arma na cabeça de uma estudante do Centro Educacional São Francisco, o CED Chicão, no Distrito Federal. A confusão ocorreu na última terça-feira (22/3), em frente ao centro de ensino, e teve as imagens divulgadas em diversas redes sociais.

A direção escolar acionou a Polícia Militar do DF (PMDF), mas quando os agentes chegaram ao local, as envolvidas tinham se dispersado. Após investigações iniciais, a PM conseguiu identificar a mulher responsável por ameaçar a estudante. Segundo a corporação, a envolvida já possui diversos delitos registrados e é uma "velha conhecida” dos agentes.

As filmagens feitas pelos celulares de outros adolescentes mostram que as duas envolvidas brigavam enquanto os alunos da escola assistiam ao confronto. No entanto, em determinado momento, a mulher envolvida tirou de dentro da bolsa uma arma e apontou para a cabeça da estudante do CED Chicão.

Intervenção

Sobre o caso, o CED Chicão se posicionou pelas redes sociais e garantiu que tem adotado como medida a comunicação mais efetiva com as forças policiais responsáveis pela área, “além de ações que envolvam o Batalhão Escolar”. Leia o posicionamento na íntegra:

“À comunidade escolar do CEd São Francisco e de São Sebastião

O ano de 2022 tem sido de muitas intercorrências para a educação. Temos sofrido com a superlotação de escolas, falta de monitores e educadores sociais, além de cortes de verbas fundamentais ao cotidiano para a manutenção da escola e também ligados ao transporte escolar. Sabemos que em tempos de crise são necessários alguns ajustes. Porém, é inadmissível o ponto em que temos chegado no âmbito da educação.

Estudantes, servidores e professores estão se sentindo acuados diante do descaso com a comunidade escolar do Ced São Francisco. Precisamos urgentemente nos mobilizar como comunidade para que a educação não perca para a violência instaurada em São Sebastião.

A falta de recursos materiais e humanos compactua para um ambiente insustentável de manutenção de uma unidade escolar. Nossos jovens estão sofrendo com a falta de oportunidades e descasos com a educação, abrindo espaço para que a violência ocupe o cotidiano da educação.

A principal medida tem sido estabelecer uma comunicação mais efetiva com as forças policiais responsáveis pela área, além de ações que envolvam o Batalhão Escolar. A parceria está sendo fundamental para coibir atos criminosos na região, porém a devolutiva, sobretudo por parte do Batalhão Escolar, tem sido de reclamação quanto ao efetivo disponível para toda a rede pública de ensino, sendo insuficiente para acompanhar as escolas.

Sabemos que em tempos de crise, como a que estamos vivendo, tende a aumentar os casos de violências em seus diversos aspectos. E, portanto, cabe às autoridades instauradas no momento darem uma devolutiva de ações que possam ser tomadas para que minimamente desenvolvamos um trabalho em que possa sobrevalecer a vida das pessoas.

A realidade instaurada nos causa medo e angústia, mas clamamos que as forças do bem possam compactuar para uma realidade em que os valores humanos criem relações e ambiente sustentáveis à vida. Essa nota é de esclarecimento quantos às ações que, como unidade escolar, se limitam a serem pedagógicas, ou seja, cabendo trabalharmos aulas/projetos/palestras que contribuam para o desenvolvimento moral, cidadão e humano de nossos estudantes. Entretanto, para a segurança de todos e todas, as medidas devem ser mais duras e incisivas, tanto por parte das forças de segurança quanto por parte da Secretaria de Educação que, urgentemente, precisa criar um ambiente de trabalho viável às pessoas que fazem acontecer o trabalho diário nas unidades escolares.

Direção escolar

Centro Educacional São Francisco"

 

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