ANIVERSÁRIO

Embaixadores do rap: X e Japão representam Ceilândia pelo Brasil

Dois rappers representam Ceilândia pelo Brasil, X, do Câmbio Negro; e Japão, do Viela 17. Eles lançam em seus versos a potência poética e visceral das ruas, das quebradas

José Carlos Vieira
postado em 27/03/2022 05:01
 (crédito: Bárbara Cabral/Esp. CB/D.A Press                             )
(crédito: Bárbara Cabral/Esp. CB/D.A Press )

Dois rappers representam Ceilândia pelo Brasil, X, do Câmbio Negro; e Japão, do Viela 17. Eles lançam em seus versos a potência poética e visceral das ruas, das quebradas. Em entrevista para o hotsite do Correio, os artistas falaram da relação com a cidade que levam aos palcos.

"Todos os dias quando saio de casa, me deparo com várias cenas que me inspiram, diariamente tenho essa sensação, são 50 anos vivendo e respirando esse ar e essa essência, posso viajar a qualquer canto do país ou do mundo, sempre penso em Ceilândia como uma cidade gigantesca", destaca Japão.

Confira o especial Ceilândia 51 anos

X também vai no osso para dizer que "Ceilândia representa a alegria, a dor, a frustração, a superação, a auto-estima... a terra dos incansáveis!". Ele lembra dos tempos dos bailes no Quarentão. "Eram nossos momentos de alegria, descontração, rever e conhecer pessoas. Energia pura!", comenta, ao acrescentar que esses eventos ajudaram a formar a identidade de Ceilândia.

Japão, Viela 17
Japão, Viela 17 (foto: Fotos: Nathalia Millen/Divulgação - Bárbara Cabral/Esp. CB/D.A Press )

 "Pessoas de várias regiões do Distrito Federal vinham participar da festa, mostrar sua dança e performance", ressalta. "Ceilândia pulsa rap, rock, forró, samba. Faz parte de nós!", celebra.

Japão lança, hoje, a música Ceilândia Centro, com a participação do rapper Rapadura Xique Chico e rende homenagem aos 51 anos da cidade. A canção faz parte do próximo disco, Ceilândia West Side. Confira nas plataformas.

Na energia do samba

 22/03/2022 Crédito: Marcelo Ferreira/CB/D.A Press. Brasil. Brasilia - DF - Caderno aniversário de Ceilândia. Edvaldo Cirilo ( Negro Vatto ) membro do Grupo Samba na Comunidade, costuvam tocar na Praça da Bíblia.
22/03/2022 Crédito: Marcelo Ferreira/CB/D.A Press. Brasil. Brasilia - DF - Caderno aniversário de Ceilândia. Edvaldo Cirilo ( Negro Vatto ) membro do Grupo Samba na Comunidade, costuvam tocar na Praça da Bíblia. (foto: Marcelo Ferreira/CB/D.A Press)

A história de Edvaldo Cirilo, conhecido como Negro Vatto, confunde-se com a de Ceilândia. Ele chegou ainda bebê à cidade, em abril de 1971, mês seguinte ao da fundação. Vatto cresceu, estudou e trabalhou como policial militar em Ceilândia, ofício do qual se aposentou ano passado. Mas a sua grande contribuição para a cidade foi na cultura, mas precisamente com o ritmo considerado um dos símbolos nacionais: o samba.

Vatto se prepara para retomar o projeto Samba na Comunidade, que leva, desde 2014, para a Praça da Bíblia, o samba raiz — bandeira que os 14 músicos que compõem o grupo levantam. A roda é aberta, com participações especiais, incluindo figuras ilustres nacionalmente no gênero.

O projeto foi idealizado por Michel Santos, que, ao lado de Negro Vatto, são os responsáveis pela festa. "A gente quer que as pessoas tenham acesso ao samba raiz, à ancestralidade do samba", declara Vatto, que vê em Ceilândia um potencial artístico que merece maior atenção dos governantes. "Na área da cultura conquistamos muita coisa. Mesmo assim, a nossa cidade ainda é muito malvista, mas quem é daqui sabe que não é assim. Queremos um retorno maior dos impostos que pagamos para termos acesso à cultura e à qualidade de vida."

Criado em Ceilândia Norte, ele também não deixa de lembrar da origem nordestina que a maior parte da população da cidade tem. "O Nordeste todo mora aqui. A feira, a casa do cantador… Ceilândia representa muito!".

*Estagiário sob a supervisão de José Carlos Vieira

 

 


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entrevista 
do rapper Japão
    Aponte o celular e veja a entrevista com o Rapper X entrevista do rapper Japão Foto: Reprodução
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    Aponte o celular no QR code e veja a entrevista com os rappers X e Japão Foto: Reprodução
  • Japão,
Viela 17
    Japão, Viela 17 Foto: Fotos: Nathalia Millen/Divulgação - Bárbara Cabral/Esp. CB/D.A Press
  •  22/03/2022 Crédito: Marcelo Ferreira/CB/D.A Press. Brasil. Brasilia - DF - Caderno aniversário de Ceilândia. Edvaldo Cirilo ( Negro Vatto ) membro do Grupo Samba na Comunidade, costuvam tocar na Praça da Bíblia.
    22/03/2022 Crédito: Marcelo Ferreira/CB/D.A Press. Brasil. Brasilia - DF - Caderno aniversário de Ceilândia. Edvaldo Cirilo ( Negro Vatto ) membro do Grupo Samba na Comunidade, costuvam tocar na Praça da Bíblia. Foto: Marcelo Ferreira/CB/D.A Press

Na energia do samba

 (crédito:  Marcelo Ferreira/CB/D.A Press)
crédito: Marcelo Ferreira/CB/D.A Press

A história de Edvaldo Cirilo, conhecido como Negro Vatto, confunde-se com a de Ceilândia. Ele chegou ainda bebê à cidade, em abril de 1971, mês seguinte ao da fundação. Vatto cresceu, estudou e trabalhou como policial militar em Ceilândia, ofício do qual se aposentou ano passado. Mas a sua grande contribuição para a cidade foi na cultura, mas precisamente com o ritmo considerado um dos símbolos nacionais: o samba.

Vatto se prepara para retomar o projeto Samba na Comunidade, que leva, desde 2014, para a Praça da Bíblia, o samba raiz — bandeira que os 14 músicos que compõem o grupo levantam. A roda é aberta, com participações especiais, incluindo figuras ilustres nacionalmente no gênero.

O projeto foi idealizado por Michel Santos, que, ao lado de Negro Vatto, são os responsáveis pela festa. "A gente quer que as pessoas tenham acesso ao samba raiz, à ancestralidade do samba", declara Vatto, que vê em Ceilândia um potencial artístico que merece maior atenção dos governantes. "Na área da cultura conquistamos muita coisa. Mesmo assim, a nossa cidade ainda é muito malvista, mas quem é daqui sabe que não é assim. Queremos um retorno maior dos impostos que pagamos para termos acesso à cultura e à qualidade de vida."

Criado em Ceilândia Norte, ele também não deixa de lembrar da origem nordestina que a maior parte da população da cidade tem. "O Nordeste todo mora aqui. A feira, a casa do cantador… Ceilândia representa muito!".

*Estagiário sob a supervisão de José Carlos Vieira

 

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