Minorias

Médica do Hmib recebe prêmio por atuação em defesa dos Direitos Humanos

Há 15 anos a psiquiatra Kyola Vale se dedica a pautas com populações vulneráveis, como a comunidade LGBTQIA+, jovens no sistema socioeducativo e autistas. Por sua atuação, recebeu o prêmio Marielle Franco da CLDF

Correio Braziliense
postado em 29/03/2022 16:28 / atualizado em 29/03/2022 16:35
Psiquiatra Kyola Vale recebe prêmio Marielle Franco por atendimento a grupos vulneráveis no Hmib -  (crédito:  Tony Winston/Agência Saúde)
Psiquiatra Kyola Vale recebe prêmio Marielle Franco por atendimento a grupos vulneráveis no Hmib - (crédito: Tony Winston/Agência Saúde)

A atuação como servidora e ativista pelos direitos humanos garantiu a psiquiatra Kyola Vale, 58 anos, o prêmio Marielle Franco, conferido pela Câmara Legislativa do Distrito Federal (CLDF), em sessão solene no dia 14 de março. Há 15 anos ela se dedica ao atendimento especializado à mulheres vítimas de violência e à população LGBTQIA+. Nas horas vagas, a profissional de saúde atua com jovens do sistema socioeducativo e a pessoas autistas.

Diariamente, o trabalho da especialista começa às 8h, quando abre a porta do ambulatório do Hospital Materno Infantil de Brasília (Hmib), organiza as bandeiras das comunidades LGBT e trans, liga o computador e se prepara para o dia de serviço. Kyola garante que o ativismo é parte da vida dela, e tem prazer em atuar como médica.

Fora do expediente, ela ainda se dedica ao a outras atividades sociais. Kyola é voluntária no sistema socioeducativo para jovens. “Eu me importo com as pessoas porque não são coisas, são sujeitos de direito, e tenho o prazer de conhecer cada mundo e caminhar junto”, destaca a psiquiatra.

Empatia

A profissional publica alguns dos relatos de casos pessoais e profissionais no blog A estética do sofrimento. Um dos pacientes de Kyola é o auxiliar administrativo João Roberto dos Reis, 26 anos, que garante que a médica busca compreender as diferenças nas relações de classe, raça e gênero. “No meu caso, que sou homem trans, ela sempre me tratou com os pronomes corretos e isso faz com que eu não evada do tratamento”, afirma o paciente.

João destaca que o atendimento inadequado gera constrangimento e dor aos pacientes. “Por isso é importante ter pessoas atuando no Estado que sejam capazes de compreender e lidar com essas demandas”, acrescenta. Como Kyola é reconhecida na rede pelo atendimento à comunidade trans, a educadora social Rubi Martins dos Santos, 34 anos, também foi encaminhada para acompanhamento psiquiatra.

Ela procurou apoio no Centro de Referência Especializado de Assistência Social (Creas) devido à ansiedade. “Sou mulher trans e o respeito pelas identidades de gênero e sexualidade é primordial em qualquer atendimento, principalmente na área da saúde mental”, ressalta.

Premiação

O Prêmio Marielle Franco de Direitos Humanos está na terceira edição. O reconhecimento é dedicado à atuação de defensores dos direitos humanos em diversas áreas. A iniciativa, além de prestigiar os selecionados, contribui para que mais pessoas, organizações e servidores se engajem nessa luta.

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