Um sonho realizado com muita luta e estudos. É assim a história da maioria dos estudantes de escolas públicas, candidatos do Programa de Avaliação Seriada (PAS), que receberam a boa notícia da aprovação na Universidade de Brasília (UnB). Alguns deles, inclusive, foram aprovados no curso mais difícil da UnB e um dos mais disputados do Brasil, o de medicina.
Mesmo com as dificuldades, esses estudantes não deixaram de se dedicar para atingir seus objetivos. "Somente a pessoa que passa por isso, que luta pela aprovação, sabe a dificuldade e os desafios enfrentados", afirma Daniel da Silva Ribeiro, 16 anos. Ele foi aprovado em medicina e estudou a maior parte do tempo no Centro de Ensino Médio 5 de Taguatinga.
Segundo o estudante, houve muito apoio dos professores. No entanto, "é necessário destacar o descaso que o ensino nas escolas públicas sofreu durante a pandemia, principalmente durante o ensino a distância". Mesmo em 2021, com o ensino presencial, não havia uma grande diferença, de acordo com o morador do Areal. Para Daniel, apesar de o ensino da rede pública ter sido muito prejudicado, ele ressalta a competência dos professores: "Eles me ajudaram, são sensacionais".
Daniel explica que nem sempre quis medicina. "Acho que toda pessoa vai amadurecendo e percebendo o que ela quer para a vida, a partir das experiências que teve e dos relatos que ela obteve", conta.
O jovem ainda diz que sem o apoio da família seria impossível a aprovação. "Minha mãe e meu pai me deram todo o suporte necessário e abriram as portas para que eu pudesse realizar meu sonho", diz.
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Vitória da dedicação
Emilly Vitória Silva, 18, tem até desenho infantil com o tema "o que serei quando crescer". Nesse desenho, a futura dentista indicava, aos 5 anos, o que queria como profissão. "Sempre quis odontologia, sempre foi o meu sonho. Falava desde criança que queria ser dentista e coloquei isso na minha cabeça. Para mim, não existia outra possibilidade", arremata.
"No primeiro ano, com certeza, a escola me ajudou muito. Mas, no geral, a gente teve de correr atrás sozinha do prejuízo que ficou por conta da pandemia", esclarece a estudante sobre sua rotina de estudos.
Ser aluno de escola pública deu mais força e perseverança para Emilly se dedicar. "Isso foi um desafio", diz ela, sobre estudar durante a pandemia na rede pública de ensino. Segundo ela, não havia um sistema de apoio muito bem definido, por isso, procurou estudar por conta própria. A partir desse conhecimento, a futura graduanda de odontologia procurava videoaulas no YouTube para poder se atualizar.
Sthefany Silva Portugal, 18, irá cursar saúde coletiva na UnB, esclarece que a escolha desse curso veio após bastante pesquisa. "Decidi que era uma área que gostava bastante", lembra. O foco sempre foi na UnB, segundo ela. Sua rotina de estudos era intensa, principalmente em casa, onde ela estudava por vídeo aulas, bastante exercícios e simulados. "O ensino da minha escola não me ajudou tanto. Foi mais esforço meu, porque em casa podia aprofundar muito mais. Muitos professores deixavam a desejar", conta.
Moradora do Paranoá, Sthefany estudava no Centro de Ensino Médio 4 de Sobradinho. Por esse motivo, ela demorava mais de duas horas para chegar em casa quando voltava de ônibus. Ela quer trabalhar na área de pesquisa ou no Sistema Único de Saúde e explica que seu curso atua bastante no sanitarismo, além de abranger gestão da saúde.
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Aulas presenciais
A Universidade de Brasília (UnB) vai retomar as atividades acadêmicas presenciais no próximo semestre, a partir de 6 de junho. Apresentada no início do mês, a proposta foi votada nesta quinta-feira (31) pelo Conselho de Ensino, Pesquisa e Extensão (Cepe). A maioria dos conselheiros foi favorável ao texto, após análise das contribuições dos departamentos. Agora, ocorrerá a progressão para a etapa 3 do plano geral de retomada, com atividades acadêmicas ocorrendo quase que totalmente de forma presencial.