Violência

Perícia acha material biológico onde filha foi estuprada pelo pai no DF

Polícia Civil do DF encontrou material biológico nos lençóis e na cama da casa em que a mulher foi mantida em cárcere pelo pai. A jovem não quis permanecer em uma casa abrigo

Ana Luisa Araujo
postado em 07/04/2022 19:23 / atualizado em 07/04/2022 23:55
 (crédito:  Fernando Lopes/CB/D.A Press)
(crédito: Fernando Lopes/CB/D.A Press)

A perícia da Polícia Civil do Distrito Federal (PCDF), feita pela 14ª DP (Gama), encontrou material biológico nos lençóis e na cama da casa em que uma jovem de 29 anos teria ficado em cárcere privado e sido abusada pelo durante seis dias. O delegado-adjunto da unidade, William Ricardo, pontua que a vítima está agora na casa de um parente e não quis permanecer em uma casa abrigo. 

A denúncia foi registrada após a vítima chegar desamparada em um posto do Na Hora, em Taguatinga Sul. Uma hora antes de receber a reportagem do Correio, o delegado afirma que havia conversado com uma vítima do mesmo sujeito, também de estupro e violência. "Mesmo incentivada a denúncia-lo, a vítima não quis, ou seja, o sujeito é de alta periculosidade", afirma.

O suspeito tem diversas passagens pela polícia, de acordo com o delegado William Andrade. "Homicídio, quatro Marias da Penha, roubo e latrocínio", enumera. A partir de 1º de abril, o contato entre ela e o pai começou. Quando ela o procurou, não estava ciente que seu pai era, na verdade, um homem com muitos crimes cometidos. "Em todos os dias houve estupros, mas os detalhes não dá para falar", diz o delegado da 14ª DP.

Segundo ele, ainda houve lesões constatadas pelo Instituto de Medicina Legal (IML). A história do resgate inicia porque ela precisava tirar uma carteira de identidade porque estava há muito tempo fora do Brasil e não tinha o documento. "Ele vigiava ela de longe, não deixava ela sair para nada", relata o delegado.

Prisão

A juíza substituta do Núcleo de Audiência de Custódia (NAC), do Tribunal de Justiça do Distrito Federal e dos Territórios (TJDFT) decidiu converter em preventiva a prisão de J. M. R. C., preso e autuado por lesão corporal, ameaça, sequestro, cárcere privado e estupro contra a própria filha.

Na decisão da juíza, em audiência de custódia da manhã desta quinta-feira (7/4), foi salientado que toda a situação é de extrema gravidade, e que José Marcos possui condenações por outros delitos envolvendo violência doméstica. “A prisão em flagrante narra situação de extrema gravidade, envolvendo violência doméstica. Há notícia de suposto cometimento de estupro contra a vítima, filha do autuado, a qual teria sido mantida em cárcere privado desde o dia 01 de abril”, destacou a magistrada.

“É necessário, portanto, converter em preventiva a prisão em flagrante do autuado para a garantia da ordem pública, entendida como a necessidade de evitar a prática de novas infrações penais, bem como a garantia da integridade física e psíquica da vítima”, finalizou a juíza. O inquérito policial será encaminhado para o Juizado de Violência Doméstica e Familiar Contra a Mulher do Gama, que tramitará o processo.

História triste

A vítima nasceu de um estupro. Quando sua mãe tinha 13 anos, ao visitar o pai encarcerado, foi estuprada por ele em uma visita íntima. Nesta única vez, a mãe da vítima engravidou. Com 10 anos, ela foi morar no Peru. Somente aos 29 anos, ela retornou ao Brasil porque a mãe faleceu e ela veio recuperar a herança, buscar um filho que deixou e se reaproximar do pai.

 

Colaborou Pablo Giovanni, estagiário sob a supervisão de Adson Boaventura

Notícias pelo celular

Receba direto no celular as notícias mais recentes publicadas pelo Correio Braziliense. É de graça. Clique aqui e participe da comunidade do Correio, uma das inovações lançadas pelo WhatsApp.


Dê a sua opinião

O Correio tem um espaço na edição impressa para publicar a opinião dos leitores. As mensagens devem ter, no máximo, 10 linhas e incluir nome, endereço e telefone para o e-mail sredat.df@dabr.com.br.

Os comentários não representam a opinião do jornal e são de responsabilidade do autor. As mensagens estão sujeitas a moderação prévia antes da publicação